O trabalho das equipes de diagnóstico e reconhecimento perante os desastres envolvendo animais
Introdução
Os desastres de modo geral, independentemente de sua classificação técnica, são eventos indesejáveis e imprevisíveis que geram grandes instabilidades em uma população afetada, impactando negativamente de forma direta e indireta as condições ambientais e socioeconômicas de forma próxima ou distante, dependendo de sua magnitude 1.
Quando exploramos mais a fundo a questão dos desastres, passamos a compreender que a ocorrência dessas situações devasta moradias, estabelecimentos e propriedades, destruindo meios de sustento e deteriorando serviços essenciais, prejudicando a saúde individual e coletiva de seres humanos e animais, refletindo em indivíduos feridos e em um número variável de óbitos, e levando a danos físicos de maior e menor escala, e também a danos mentais que podem ser transitórios ou de longa duração 2.
Mundialmente, podem-se identificar tipos distintos de desastres, e cada localidade está predisposta a sofrer determinada ação, principalmente devido a sua localização geográfica e a suas condições climáticas, assim como ao impacto ambiental local causado pelos seres humanos. Configuram-se diferentes demandas a serem enfrentadas pelas comunidades locais e pelas equipes responsáveis por lhes prover o suporte após essas tragédias. Para isso, os profissionais dessas equipes devem dispor de habilidades multidisciplinares oriundas de treinamento prévio, assim como de recursos adequados para o devido suporte 3,4.
Os primeiros momentos que sucedem o desastre (período pós-desastre imediato) demandam da equipe atuante um trabalho rápido, eficiente e preciso, para que inicialmente se resgate o maior número de vítimas e posteriormente se coletem dados, bem como se estabeleçam quais as prioridades para as áreas afetadas, embasando dessa forma um bom planejamento para a atuação das equipes subsequentes e para a correta mobilização de recursos e esforços. Nos Estados Unidos, as equipes de pronta resposta aos desastres são conhecidas como Busca e Salvamento Humano (Urban Search and Rescue – Usar). Apoiadas pela Agência Federal de Gestão de Emergências (Federal Emergency Management Agency – Fema), são compostas por bombeiros, médicos, paramédicos, engenheiros e operadores de maquinários como tratores e guindastes, sempre portando equipamentos básicos e especializados para a realização de resgates, com o dever de localizar, extrair e fornecer assistência médica aos necessitados 5,6.
Para que se realizem ações concretas nos locais afetados, é imprescindível que a equipe de diagnóstico e reconhecimento seja precisa, organizada e transparente ao repassar as informações para seus superiores e para todo o grupo, uma vez que as próximas etapas serão determinadas com base nessas ações. O uso de recursos tecnológicos como fotografias e vídeos compartilhados praticamente em tempo real, bem como de imagens de satélite atualizadas (Figuras 1 e 2), gera maior credibilidade e agilidade para que se calcule a extensão dos danos causados pelo desastre e para que se estabeleça o prognóstico da situação, de modo que se adotem as condutas mais adequadas e o plano de resposta para reconstrução seja efetivo. O conhecimento prévio da região, apoiado em dados disponibilizados pelo município sede do desastre, mesmo que com alguma diferença entre a data de consolidação dos dados e o momento do desastre, é imprescindível para se entender quais as atividades ali desenvolvidas e também o número estimado de imóveis, de moradores e de animais. Dados sanitários e de saúde animal são importantes como ponto de partida para a formulação de indicadores epidemiológicos específicos 5,7,8.
O diagnóstico da situação em que se encontra uma determinada área atingida é de suma importância para identificar as principais necessidades básicas da população. Para isso, deve-se seguir a cronologia para avaliação de danos (Figura 3) e a análise das necessidades (Figura 4). Vale ressaltar que todas essas informações devem ser preenchidas por órgão oficial, conforme disposto no Formulário de Informações do Desastre (Fide), disponibilizado online pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) 9.
Preliminar | Primeira ação após o desastre, antes das primeiras oito horas, buscando estimar o ocorrido por meio de uma informação prévia |
Complementar | Antes das primeiras 72 horas, sem estudos profundos, buscando detalhes das necessidades e dos pontos críticos para as fases seguintes |
Informação familiar | Coleta de dados nas unidades familiares, de modo que se possam elaborar ações pontuais |
Figura 3 – Cronologia para avaliação de danos pela equipe de diagnóstico nos primeiros momentos pós-desastre. Adaptado 9
Prioridades humanitárias | Infraestrutura pública vital | Infraestrutura produtiva e os meios de vida | Moradias e edificações públicas |
Saúde pública | Água potável | Setor agropecuário (primário) | Escolas |
Acesso a água de qualidade | Drenagem | Setor industrial e manufatureiro (secundário) | Hospitais |
Acesso aos alimentos durante a emergência | Energia elétrica | Setor bancário (terciário) | Clínicas |
Situação de abrigos | Telecomunicação e transporte | Setor turístico e comércio (terciário) | Unidades de saúde |
Figura 4 – Itens e suas condições que devem ser listados na ficha de análise das necessidades no período pós-desastre. Adaptado 9
As medidas adotadas na medicina veterinária de desastres são baseadas nos mesmos pilares utilizados para a população humana; no entanto, é necessário ajustá-las a necessidades específicas às diferentes espécies 8.
A contabilização e a identificação da população animal constituem um grande desafio para os profissionais da medicina veterinária envolvidos nessas ocasiões, principalmente nos primeiros momentos após a ocorrência de uma tragédia, uma vez que a configuração normal de determinada região é toda alterada, fazendo com que os animais percam as referências do ambiente em que viviam e até mesmo de seus tutores, que em determinadas situações abandonam o local ou perdem a vida em decorrência do desastre. Esse desafio é agravado pela grande diversidade de aspectos comportamentais e sociais das diferentes espécies e os inúmeros locais em que vivem ou são criadas, assim como a condição socioeconômica dos indivíduos da área afetada e a relação da população com seus animais 2,8,10,11.
Diante desse complexo contexto, o alinhamento da equipe veterinária com órgãos competentes como Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, Polícia Militar e Prefeitura é essencial para que se conceda a função de assessoria técnica, originando todo o planejamento para que as atuações de curto e médio prazo tenham o respaldo oficial e o devido suporte dessas entidades 9,12.
Após a elaboração conjunta do plano de ação por parte da equipe veterinária, preconiza-se a organização de informações completas, sejam elas precisas e/ou estimadas, quantitativas e qualitativas, gerais e/ou individuais das várias espécies afetadas, em um documento que contenha a localização do animal (por meio de endereço, dados do Global Positioning System – GPS, entre outros), sua identificação e características físicas (descritivas e por fotos, especificando características do indivíduo, como cicatrizes e manchas, por exemplo), que providências foram tomadas em relação a ele e a classificação do paciente baseada em critérios de triagem veterinária 10.
A triagem veterinária é embasada em um processo de avaliação médica visando estabelecer a gravidade do estado do animal acometido, se ele requer atenção prioritária, se é possível cuidar dele no local ou se é necessário removê-lo. É importante ressaltar que, diferentemente da triagem humana, na medicina veterinária de desastres essa ação contempla desde a estabilização clínica dos animais por meio dos mais variados recursos até o alívio do sofrimento por meio da eutanásia, quando isso se tornar necessário 13,14.
Relato de experiência no diagnóstico de situação e reconhecimento
O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad Brasil) é uma força-tarefa do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA). Reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), tem equipes distribuídas em diferentes estados da federação, que atuam nas mais variadas demandas emergenciais envolvendo animais. No Grad Brasil, os grupos internos são subdivididos nos vários segmentos da medicina veterinária de desastres, cada qual com suas responsabilidades e atribuições. O Grad Brasil vem operando oficialmente em território nacional desde o ano de 2019, tendo atuado em mais de dez cidades (Figura 5).
2019 |
Estado de Minas Gerais: Brumadinho (rompimento de barragem); Barão de Cocais; Macacos; Itatiaiuçu (evacuação) Estado da Bahia: Coronel João Sá (enchente) |
2020 |
Estado do Espírito Santo: Iconha; Vargem Alta; Pacotuba; Castelo (enchente) Estado de Minas Gerais: Raposos; Belo Horizonte; Espera Feliz (enchente) Estado de São Paulo: Araçariguama (enchente) |
Figura 5 – Anos, estados e cidades em que o Grad Brasil atuou desde sua oficialização
Hoje, a demanda de atuação do Grad Brasil em um desastre ocorre pela coleta de informações por parte de seus integrantes, oriundas de reportagens divulgadas em diferentes meios de comunicações, postagens de populares em redes sociais ou até mesmo pelo acionamento por parte de colegas e/ou demais pessoas que estão próximas ou nas regiões afetadas. Por sua vez, a decisão oficial do emprego da estratégia nessas situações é determinada pela coordenação geral do grupo, que, após apuração minuciosa e criteriosa, aciona os profissionais da equipe de diagnóstico da situação.
Antes do envio desses profissionais ao local da tragédia, a equipe de comunicação e logística realiza o trabalho de coleta de informações para traçar um perfil do município ou dos municípios afetados, levantando a quantidade estimada de habitantes e de animais, se é uma região produtora de animais e qual seu perfil produtivo, a extensão territorial, a localização e as características geográficas (ex.: região de litoral ou de interior; região serrana ou de planalto; zona urbana ou zona rural), o perfil socioeconômico da população, a principal atividade de sustento da região, se ela tem seus próprios órgãos oficiais de respostas a emergências (quartel de Corpo de Bombeiros Militar e/ou Defesa Civil), as prefeituras e suas respectivas secretarias e departamentos (ex.: Secretaria do Meio Ambiente, serviço de controle de animais e/ou de bem-estar animal) e os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária, bem como as sociedades civis de proteção animal que possam auxiliar nessas situações. Nessa etapa do trabalho também se direcionam preliminarmente os equipamentos e materiais a serem levados pelos primeiros profissionais que chegarão às áreas afetadas para o reconhecimento in loco das condições.
Para que as ações de resposta a um desastre sejam efetivas, a equipe de diagnóstico deve chegar sempre o mais rápido possível ao local afetado (menos de oito horas após o ocorrido). No entanto, alguns fatores, como a extensão do território nacional e, em alguns casos, a inviabilidade de acesso às regiões afetadas (ex.: estradas e pontes destruídas) podem retardar a chegada dos profissionais, não devendo ultrapassar o período máximo de 48 horas. A equipe de diagnóstico geralmente é composta por um número restrito de membros, em média quatro profissionais, sendo obrigatoriamente pelo menos um médico-veterinário, acompanhado de um bombeiro (militar/civil) e de mais dois profissionais com capacitações técnicas. A formação de um grupo pequeno, resiliente e com alta capacidade técnica facilita a execução das tarefas propostas previamente, proporciona maior agilidade para o deslocamento até as cidades acometidas e viabiliza a mobilidade da equipe durante as operações em áreas de risco e de difícil acesso.
É indispensável que, chegando ao local, a primeira medida tomada pelas equipes veterinárias seja estabelecer contato com os órgãos responsáveis por coordenar as ações emergenciais (geralmente, a Defesa Civil e/ou o Corpo de Bombeiros Militar), a fim de demonstrar de forma técnica e padronizada os procedimentos a seguir, e subentendendo-se sua subordinação aos órgãos gestores da crise (Figuras 6 e 7). Esse trabalho em conjunto é fundamental para que essas equipes tenham acesso ao sistema operante empregado na resposta à situação, aos dados oficiais das regiões mais afetadas e aos mapas dessas áreas e das zonas de risco – e também para estabelecer os limites de sua atuação. A aproximação de médicos-veterinários especializados em desastres e autoridades viabiliza recursos como veículos, efetivo, espaços, insumos, medicamentos, equipamentos, materiais e alimentos, entre outros, fundamentais para o planejamento e o cumprimento das demandas relativas aos animais. Nesse sentido, podemos citar os exemplos de Brumadinho, MG – quando os helicópteros da Polícia Rodoviária Federal e do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais foram colocados à disposição para as ações de resgate dos bovinos atolados –, e do Espírito Santo – quando as viaturas e o efetivo dos órgãos do estado foram cedidos para apoiar o resgate e o deslocamento dos animais, assim como o espaço para a instalação de um Posto Médico-Veterinário Avançado.
Estabelecidas essas premissas, a equipe de diagnóstico deve desempenhar três funções principais:
1. o registro quantitativo das espécies acometidas e o registro qualitativo por meio de descrição e fotos dos animais afetados que demandem intervenção médico-veterinária (a fim de estabelecer os critérios de triagem veterinária). Geralmente esse registro é feito de maneira visual precisa e/ou estimada (principalmente por conta de animais semidomiciliados ou errantes) e também por meio de entrevistas com moradores e demais pessoas locais que possam precisar ou estimar a quantidade de animais em determinados locais (Figuras 8, 9 e 10);
2. registro por escrito, fotográfico e por vídeos dos locais de atuação para arquivo referencial de operações posteriores. Esse registro é fundamental para que se possa referenciar e mapear os locais por onde a equipe de diagnóstico passou, facilitando o planejamento das próximas equipes que venham a atuar na mesma região (Figuras 11, 12, 13 e 14);
3. realização de ações de resgate técnico, suporte clínico emergencial e encaminhamento a clínicas e hospitais das variadas espécies, com registro descritivo e por meio de imagens (Figuras 15 e 16). Essa etapa é uma das mais complexas e imprevisíveis, demandando da equipe habilidades técnicas teórico-práticas que viabilizem as ações mais indicadas para cada uma das situações.
Vale ressaltar que não existe uma ordem preestabelecida para a realização dessas funções principais, uma vez que o ambiente de desastre é imprevisível e demandará adaptações constantes dos profissionais, de acordo com a necessidade.
As ações primárias realizadas em campo devem ser desempenhadas da maneira mais rápida possível, de modo a permitir o planejamento da sequência do trabalho que será executado junto com o comando do Grad Brasil. É de suma importância que todas as ações realizadas nessa etapa sejam documentadas em um relatório oficial descritivo e fotográfico minucioso que será apresentado ao comando do Grad Brasil, para que se estabeleçam as etapas posteriores com a mobilização correta de esforços profissionais, recursos de materiais e equipamentos para cada situação. Esse documento também deve ser disponibilizado às autoridades locais, para viabilizar uma estimativa dos impactos na saúde pública, bem como dos prejuízos produtivos que possam afetar a economia local.
Considerações finais
É possível considerar que o preparo técnico, a hierarquia e a comunicação no contexto de um desastre são fundamentais para a segurança de profissionais, pessoas e animais, assim como para o planejamento e a tomada de decisões. Contudo, para viabilizar condutas efetivas e assertivas na condução dessas situações, a compilação precisa de informações e dados por parte da equipe de diagnóstico de situação é vital, auxiliando a mobilização de esforços e recursos adequados para a operação.
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