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Cães detectores de doenças

Uma alternativa diagnóstica para a triagem de infecção por SARS-CoV-2

O uso de cães farejadores vem se mostrando eficiente para a detecção de diversas doenças crônicas e infecciosas, e pode representar um método alternativo para a triagem de indivíduos infectados com SARS-CoV-2. Créditos: Fernando Gonsales O uso de cães farejadores vem se mostrando eficiente para a detecção de diversas doenças crônicas e infecciosas, e pode representar um método alternativo para a triagem de indivíduos infectados com SARS-CoV-2. Créditos: Fernando Gonsales

Introdução

A pandemia da Covid-19 (Coronavirus disease) pelo Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2) tem sido um dos maiores desafios de saúde pública enfrentados neste século 1. Com ampla distribuição na América Latina, principalmente no Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19, o real número de mortes pela doença torna esse cenário ainda mais desafiador 2.

O SARS-CoV-2 é um vírus pertencente à ordem Nidovirales, família Coronaviridae, gênero Betacoronavirus, subgênero Sarbecovirus 3. Trata-se de um vírus envelopado, constituído com genoma de RNA (ácido ribonucleico), fita simples, não segmentado e de polaridade positiva 3. O SARS-CoV-2 foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 como agente causador de um surto de pneumonia em Wuhan, na China 4, quando se registrou uma associação entre os primeiros casos e um mercado local que vendia animais vivos onde a maior parte dos infectados havia trabalhado ou frequentava o local 5,6,7. A disseminação do SARS-CoV-2 foi rápida, resultando em uma epidemia, e sua principal forma de transmissão passou a ser de pessoa para pessoa, por via respiratória ou após tocar em superfícies contaminadas e em seguida nos olhos, nariz ou boca 5, sendo em março classificada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 8.

Com a pandemia da Covid-19 surgiram importantes corridas de pesquisa para terapias eficazes e vacinas; entretanto, a triagem precisa e rápida de indivíduos potencialmente infectados, sintomáticos ou assintomáticos, compreende uma terceira necessidade e detém papel fundamental no retardo e na limitação da propagação da doença 9. A maioria dos testes diagnósticos de Covid-19 envolvem amostra de secreção de nasofaringe e/ou orofaringe em swab para detecção molecular do SARS-CoV-2 pela transcrição reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase (RT-qPCR), considerada padrão-ouro e método de referência para o diagnóstico laboratorial, com alta especificidade 9,10. Em relação às desvantagens do método RT-qPCR, destacam-se o desconforto físico envolvido durante a coleta de swab, a exposição para quem realiza a coleta, o alto custo e a tecnologia envolvida, além do tempo hábil para o resultado 11.

O uso de cães farejadores tem se mostrado eficiente para a detecção de diversas doenças crônicas e infecciosas 12, e pode representar um método alternativo para a triagem de indivíduos infectados com SARS-CoV-2.

 

Os cães e a detecção de compostos orgânicos voláteis (COVs)

O sentido do olfato está relacionado à capacidade de as células perceberem compostos orgânicos voláteis (COVs) 12, substâncias que têm carbono na composição e se volatilizam em condições normais de temperatura e pressão 13.

O epitélio olfativo, responsável pela detecção de odores e relacionado ao sentido mais desenvolvido nos cães, detecta de 10 mil a 100 mil vezes mais odores que o da espécie humana 14. O sentido do olfato avançado e a capacidade de aprender por condicionamento são responsáveis pelo fato de os cães serem utilizados na detecção de doenças e outros tipos de problemas de saúde em seres humanos 12,15.

COVs são produtos metabólicos produzidos em todos os tecidos de forma simultânea em milhões de células e liberados no meio extracelular e no ambiente por meio de respiração, sangue, saliva, urina, fezes e pele 16. Sabe-se que alelos específicos do sistema antígeno leucocitário estão relacionados à produção de COVs selecionados e que isso leva a uma “impressão digital” de odor específico da célula 17.

Diversos estudos vêm demonstrando que os padrões de COV podem ser específicos para doenças infecciosas e não infecciosas, como asma, fibrose cística, diabetes, tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica, síndrome do intestino irritável e uma variedade de neoplasias que podem ser detectadas por cães farejadores 18. Um estudo recente com cães da raça beagle treinados mostrou a capacidade de esses animais diferenciarem o odor do soro de pacientes com câncer de pulmão do de pacientes sem a neoplasia 19. Diversos estudos sobre odores que acompanham as infecções virais evidenciam que COVs distintos são produzidos por infecções com vírus diferentes 20. A título de exemplo, os padrões de COVs gerados em resposta à infecção em células linfoblastoides B foram considerados únicos para os vírus da influenza: H9N2 (aviário), H6N2 (aviário) e H1N1 (humano) 21. Cães da raça labrador aprenderam e detectaram qual era o COV associado a um vírus em tempo real 22. Os animais foram capazes de diferenciar culturas de células infectadas com vírus alvo das culturas de outros vírus, com sensibilidade de ~ 96% e especificidade de ~ 98% 22.

 

Relatos sobre o uso da capacidade olfativa canina para detecção de Covid-19 e sua aplicabilidade 

O mecanismo de entrada do SARS-CoV-2 em células do trato respiratório inferior ocorre principalmente pela sua proteína S, que se liga aos receptores humanos ACE II dessas células, induzindo a endocitose 23. Com um receptor de entrada viral diferente do da influenza ou rinovírus, acredita-se que o SARS-CoV-2 possa gerar COVs específicos e assim ser diferenciado de outros vírus 17,18, evidenciando que a detecção de COV específico para SARS-CoV-2 em secreções corporais pode ser uma alternativa diagnóstica 12 (Figura 1).

 

Local Cães Tipo de amostra Resultado Referência
França e Líbano 6 cães: 3 cães detectores de explosivos, 1 cão de busca e resgate e 2 cães detectores de câncer de cólon Suor de 177 indivíduos infectados e não infectados por SARS-CoV-2 Os cães foram capazes de diferenciar amostras de suor de indivíduos infectados e não infectados por SARS-CoV-2 24
Alemanha 8 cães treinados por uma semana Saliva e secreções traqueobrônquicas de indivíduos infectados e não infectados por SARS-CoV-2 Sensibilidade de 82,63% e especificidade de 96,35% em discriminar amostras de saliva e secreção traqueobrônquica de indivíduos infectados e não infectados por SARS-CoV-2 25
EUA 9 cães labrador e 1 pastor-belga-malinois Amostras de urina e saliva infectadas por SARS-CoV-2, inativadas ou não com detergentes ou por meio de calor Os cães foram capazes de diferenciar amostras de urina e saliva infectadas por SARS-CoV-2 daquelas cujo vírus fora inativado por detergentes ou por meio de calor 28
Irã 6 cães de diferentes raças Amostras de secreção faríngea de pacientes internados em UTI, além de máscaras e vestimentas dos pacientes com Covid-19 Os cães foram capazes de identificar amostras positivas entre todos os tipos coletados com especificidade de 92% 29
Figura 1 – Estudos publicados até o momento sobre cães farejadores de SARS-CoV-2

 

Um estudo realizado na França e no Líbano presumiu que indivíduos com Covid-19 têm um odor de suor nas axilas distinto do de indivíduos não infectados, podendo ser diferenciado por cães 24. Foram selecionados inicialmente 18 cães, sendo 16 da raça pastor-belga-malinois, um pastor-alemão e um jack-russell-terrier, dos quais somente 8 foram capazes de se adaptar adequadamente e completar o teste 24. Os cães deveriam farejar amostras diferentes por um cone de olfato e sentar-se diante da amostra positiva 24. Foram coletadas um total de 198 amostras de diferentes hospitais, sendo 101 de pacientes com Covid-19 e 97 do grupo de controle 24. Ao todo, foram realizadas 368 tentativas; os cães treinados foram capazes de detectar amostras positivas entre 83% e 100% 24. Durante o estudo, 2 amostras negativas foram detectadas como positivas pelos cães, levando os pesquisadores ao reteste desses pacientes, com resultados moleculares positivos para SARS-CoV-2 24.

Em pesquisa realizada na Alemanha, foram coletadas amostras de 7 pacientes hospitalizados pela Covid-19, além de outros 7 indivíduos do grupo de controle 25, com treinamento semanal de 8 cães farejadores 25. A apresentação de 1.012 amostras aos cães resultou em sensibilidade de 94% e especificidade entre 82,63% e 96,35% 25. Esses resultados sugerem que os cães podem ser treinados em um curto período de tempo para detectar pacientes infectados com Covid-19 25,26,27.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia analisaram se os cães são capazes de discriminar amostras de urina e saliva infectadas pelo SARS-CoV-2 daquelas com o vírus inativado por detergentes ou temperatura 28. Treinaram 10 cães, sendo 9 da raça labrador e 1 pastor-belga-malinois 28. As amostras de saliva e urina foram coletadas de crianças e adultos infectados por SARS-CoV-2 em diferentes hospitais 28. Os testes envolvendo amostras inativadas com detergente apresentaram sensibilidade de 71% e 99% de especificidade. Nos testes envolvendo inativação térmica, a sensibilidade foi de 71% e 98% de especificidade, sugerindo que os cães têm capacidade de discriminar com sucesso amostras de urina e saliva infectadas de outras com o vírus inativado, independentemente do protocolo de inativação 28.

No Irã, um estudo sugeriu que os cães podem ser treinados para identificar casos de Covid-19 em secreções faríngeas dos infectados 29. Recrutaram-se para o treinamento 6 cães de distintas raças e colheram-se amostras de secreção faríngea de pacientes internados em unidades de tratamento intensivo (UTIs) infectados com SARS-CoV-2. Também se utilizaram máscaras e vestimentas dos pacientes com Covid-19 29. Os cães foram capazes de identificar amostras positivas entre todos os tipos de amostras, com especificidade de 92% 29.

Estudos semelhantes estão sendo feitos em vários países. Na Colômbia, uma pesquisa aplicou esse método em indivíduos assintomáticos, pré-sintomáticos ou sintomáticos, como alternativa para triagem 30. Esse trabalho sugeriu que qualquer cão de raça ou mestiço pode ser treinado para realizar a detecção precoce de indivíduos infectados por SARS-CoV-2, o que possibilita a implementação desse método em aeroportos, estádios, hospitais e indústrias 30. No Reino Unido, alguns estudos em desenvolvimento com 300 participantes assintomáticos e levemente sintomáticos visam o uso de cães de biodetecção para limitar a disseminação de Covid-19 entre viajantes em pontos de entrada 31.

O combate à pandemia de Covid-19 se reflete no equilíbrio entre medidas que visam a saúde e perdas econômicas 32. A adoção de medidas de bloqueio demonstrou ser eficaz para reduzir as taxas de transmissão, porém gera impacto econômico 33. Nesse contexto, as populações vulneráveis enfrentam um risco maior de ser infectadas pelo SARS-CoV-2, relacionado à sua condição social 32,33. A testagem em massa vem sendo sugerida por vários especialistas como um bom meio de triar, detectar e isolar casos, enquanto o mundo aguarda a vacinação em larga escala e a imunidade de rebanho 28,34. Entretanto, o teste padrão-ouro para o diagnóstico da infecção por SARS-CoV-2 apresenta o custo, a necessidade de equipamentos e o tempo para o resultado como as principais limitações 9. Uma alternativa seria o uso de cães farejadores para a detecção de compostos orgânicos voláteis (COVs) resultantes da infecção por SARS-CoV-2 28.

Alguns pontos vêm sendo considerados sobre essa alternativa diagnóstica, um dos quais é o risco de os cães se infectarem durante o rastreamento e se tornarem fonte de infecção 26,27,34. Apesar dessa preocupação, alguns estudos já sugerem que, diferentemente dos gatos, os cães apresentam baixa suscetibilidade ao vírus 36. Assim, não há por enquanto nenhuma evidência de que cães infectados por SARS-CoV-2 sejam uma fonte de infecção para outros cães ou indivíduos 34,36,37,39,40. Outros fatores podem afetar o desempenho dos cães como detectores de SARS-CoV-2 41, como o tamanho da amostra e o uso de amostras similares durante o treinamento e no ensaio, gerando efeitos ordenados, como os cães se lembrarem dos odores dos indivíduos infectados e não propriamente do odor associado ao vírus 9.

 

Considerações finais

Os cães farejadores vêm sendo considerados como uma alternativa para a detecção de diversas doenças crônicas e infecciosas, e podem ser utilizados para a triagem de indivíduos assintomáticos e sintomáticos infectados com SARS-CoV-2, de forma pouco invasiva, eficiente, com rápido resultado e de baixo custo, principalmente em locais públicos e de grande circulação, como aeroportos, estádios e indústrias.

 

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