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Ambiente hospitalar veterinário

Fachada comercial – o primeiro cartão de visita

O imóvel como promotor do seu negócio

Matéria escrita por:

Renato Couto Moraes

22 de mar de 2021

Maquete de fachada. Créditos: Renato Couto Moraes Maquete de fachada. Créditos: Renato Couto Moraes

Clichê comum mas muito verdadeiro, a fachada é o cartão de visita de qualquer empresa. A fachada de um imóvel inclui todas as faces externas de uma edificação, e não apenas a frente, que recebe o nome de testada.

Ela permite ao cliente ter uma percepção geral e reconhecer o ramo de atividade oferecida, e cria uma ideia de valor financeiro dos serviços e produtos disponíveis. Uma fachada atrativa marca o entorno, podendo ser usada como referência da rua e até mesmo de um bairro, algo do tipo: “Passando a Clínica Veterinária, você vira à esquerda para chegar à minha casa”. Desse modo, é importante cuidar desse elemento no seu negócio.

Existem alguns cuidados fundamentais na hora de projetar a fachada. Em primeiro lugar, ela deve transmitir a personalidade da empresa. Em segundo, mostrar claramente qual o tipo de produto ou de serviço oferecido. Em terceiro, direcionar-se corretamente ao público-alvo pretendido.

 

Fachada de um centro de diagnóstico veterinário. Notam-se a rampa de acesso, a numeração do imóvel evidente, o envidraçamento parcial e o paisagismo frontal, bem como a logomarca em destaque com iluminação própria e o estacionamento bem-iluminado. Créditos: Renato Couto Moraes

 

A consulta à legislação municipal é fundamental, pois muitas cidades têm regras específicas para a colocação de placas, letreiros e outros elementos visuais nas fachadas comerciais.

Por exemplo, na cidade de São Paulo existe a Lei Cidade Limpa (Lei nº 14.223 e decreto regulamentador nº 47.950), que regulamenta os anúncios em fachadas. Resumidamente: 
a) para uma testada inferior a 10 m permite-se um único anúncio com área total ≤ 1,5 m2;
b) para uma testada entre 10 e 100 m permite-se um único anúncio com área total ≤ 4 m2; e 
c) para uma testada de ≥ 100 m permitem-se até dois anúncios com área ≤ 10 m2 cada. A altura mínima deve ser a 2,2 m do solo, com avanço máximo de 15 cm na calçada (se o imóvel estiver no alinhamento), exceto em caso de uso de toldo retrátil, com o qual se pode avançar mais.

Cidades históricas em geral sofrem restrições maiores, que não permitem alterações na estrutura da edificação. O mesmo acontece com bairros ou imóveis tombados.

 

Fachada de um comércio misto – consultório veterinário, estética e loja. O lustre ao fundo chama a atenção, e a logomarca está afixada no vidro, permitindo grande visualização do interior. Créditos: Renato Couto Moraes

 

É interessante ter uma área – que pode ser um painel, uma placa ou algo do tipo – dedicada a inserir a logomarca da empresa e informações resumidas do negócio, por exemplo: número de telefone (fixo e sobretudo móvel), apresentar os serviços oferecidos (consultas, cirurgias, exames de raios-X,), etc.

Existem diversos tipos de materiais para letreiros, sendo os mais comuns: 
– em ACM (do inglês aluminium composite material); 
– em vidro ou acrílico; 
– em placa de MDF (do inglês medium density fiberboard); 
– em ripas de madeira; e 
– em estrutura metálica. 

Para a logomarca e a letra caixa, os materiais podem ser: 
– em PVC expandido; 
– em acrílico; 
– em aço inox; 
– em neon; 
– em acrílico com LED; 
– ou simplesmente adesivadas.

Atualmente, a escolha mais comum de painel é de ACM combinado com letra caixa em PVC expandido e adesivada. É importante ressaltar que não é adequado deixar a escolha por conta da empresa executora, pois pode-se perder a própria “personalidade”. Há alguns casos de estabelecimentos veterinários que mais parecem bares ou restaurantes.

 

Fachada de um hospital veterinário. Veem-se as cores predominantes da logomarca na fachada. Créditos: Renato Couto Moraes

 

É necessário reservar um certo tempo e recursos financeiros para o desenvolvimento de um projeto completo de fachada, para que se tenha de fato algo positivamente diferente e marcante. Existem diversos modelos de fachadas, com infinitas possibilidades de mesclar cores, letras, estruturas e formas. Para ter fachadas únicas e marcantes, o projetista deve empregar a imaginação e a criatividade para conceber um projeto específico e personalizado para cada negócio, tendo em mente que oferecer algo a mais é decisivo.

 Quer se trate de um novo negócio ou de apenas remodelar a fachada, deve-se pensar a respeito de todo o conceito da identidade visual. Para ambos os momentos, deve-se definir as cores principais, um logotipo único ou variantes coerentes, o slogan e toda comunicação que tenha o nome da empresa, desde assinatura de email até papel timbrado, culminando com a fachada comercial.

 

Fachada comercial de um centro de diagnóstico veterinário – um prédio com pastilhas com as cores da logomarca e um painel de ACM sobre a porta de entrada contendo a logomarca. Créditos: Renato Couto Moraes

 

O painel ou placa onde será inserida a logomarca deverá ficar no local mais visível da fachada, livre de empecilhos visuais tais como: árvores, fiação elétrica e placas de outros estabelecimentos. Assim, em um imóvel de esquina, ele pode ficar fixado na face voltada a uma avenida em vez de na entrada em rua local. Não é obrigatório a logomarca ficar no centro do painel, podendo seguir uma simetria bilateral se acompanhar a arquitetura da frente do imóvel. É comum o painel seguir as cores da logomarca, mas pode-se seguir as cores da identidade visual. Por exemplo, uma logomarca com laranja e azul pode ter uma frente toda cinza apenas com a logomarca colorida. É fundamental que a iluminação esteja direcionada não somente ao painel da logomarca, mas ao imóvel como um todo, pois transmite grandiosidade e dá maior destaque, além de segurança. 

Ainda é importante a análise da possibilidade da instalação de uma vitrine. Se o negócio for de atividade exclusiva do segmento veterinário, é interessante ter uma janela grande ou um visor que mostre a recepção. Caso seja um negócio misto, como atividade veterinária junto de comércio, uma boa opção é instalar uma vitrine atrativa para expor melhor os produtos. Não se deve colocar o serviço de banho e tosa na frente, pois ele já não é mais uma novidade para atrair clientes como foi no passado.

Dependendo do imóvel e da localização, podem-se adicionar outras possibilidades, como um banco ou uma proteção contra sol e chuva.

 

Fachada de um comércio misto – clínica veterinária, estética e loja. A logomarca está em destaque num sistema de telhas trapezoidais na cor cinza. Estacionamento com vagas demarcadas, envidraçamento do andar térreo e comunicação visual dos serviços essenciais. Créditos: Renato Couto Moraes

 

Alguns aspectos da fachada que não devem ser negligenciados são: estacionamento com vagas bem demarcadas e de tamanho comercial, paisagismo, sempre que possível, porta de entrada e rampa de acesso (quando for o caso).

O estacionamento deve ter vagas pintadas com bate-rodas e ser bem iluminado, caso o negócio funcione à noite. Jamais se deve reduzir a largura das vagas para caber mais do que o espaço comporta e prejudicar a saída de um tutor com seu animal ou até mesmo facilitar a ocorrência de danos aos veículos. Deve-se respeitar o número de 2% de vagas para pessoas com mobilidade reduzida (Resolução nº 304/08 do Contran). Contudo, os negócios com menos de 50 vagas não têm essa obrigatoriedade, mas convém oferecer ao menos uma vaga especial a cada 10 vagas.

O paisagismo demonstra a relação da empresa com o meio ambiente e sua responsabilidade ambiental. Pode-se ter plantas em vasos, que é uma opção melhor do que a ausência completa de vegetação. É preciso ter cuidado na escolha das plantas, uma vez que diversas espécies são tóxicas aos animais domésticos. Exemplos de plantas tóxicas para cães e gatos: samambaia, lírio, tulipa, copo-de-leite, azaleia, comigo-ninguém-pode, costela-de-adão e espada-de-são-jorge.

A porta de entrada deve ter largura mínima de 90 cm para permitir a passagem de uma pessoa com mobilidade reduzida (uso de bengalas, muletas, andador) ou cadeirante, segundo norma brasileira da ABNT NBR 9050, de 2015. Caso exista desnível entre a edificação e a calçada ou o estacionamento, deve-se implementar uma rampa de acesso com declividade máxima de 8,33%, segundo a norma supracitada.

 

Fachada de uma clínica veterinária especializada. Pela localização em avenida, o número do imóvel está em destaque. O estacionamento tem vagas bem demarcadas. No corredor se disponibiliza bebedouro para os animais. Créditos: Renato Couto Moraes

 

Em síntese, implementar uma fachada é algo muito mais complexo do que pintar o imóvel e ter um letreiro, não permitindo amadorismo, sob o risco de colocar o negócio em situação vulnerável, seja perante a concorrência, seja perante seu público-alvo. Uma fachada adequada possibilita aumentar o número de clientes já segmentados, fidelizar os clientes existentes, gerar maior credibilidade ao negócio e aumentar a visibilidade da marca dentre as demais.

 

 

 



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