2025 será um ano de comemorações, mas os preparativos começam agora!

Menu

Clinica Veterinária

Início Notícias Mercado Royal Canin Alimentos para raças. Quais os benefícios?
Royal Canin

Alimentos para raças. Quais os benefícios?

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

11 de jul de 2017

Créditos: Rita Kochmarjova Créditos: Rita Kochmarjova

Os benefícios de oferecer um alimento completo e balanceado ao gato e ao cão são inúmeros e se refletem diretamente na qualidade de vida, na longevidade, no bem-estar e na saúde do animal. Essa atitude fará com que todos os sistemas e todo o metabolismo funcionem da melhor maneira possível, atendendo a todas as necessidades do organismo segundo o tamanho, idade, raça, nível de atividade e estilo de vida.

De acordo com inúmeros estudos desenvolvidos ao longo dos últimos anos, até o momento sabemos que as exigências nutricionais se baseiam primeiramente na espécie. Uma vez definido se o produto será destinado ao cão ou ao gato, a segunda questão deve ser se esse animal pertence a uma raça específica ou não. Caso a resposta seja positiva, avalia-se então se a raça referida requer um alimento específico e se esse produto está disponível no mercado.

A necessidade nutricional de cada raça é um tema em ascensão, baseado nas características morfofisiológicas que definem o padrão racial. De acordo com a publicação 1 em 2006 já se mencionava que cães da raça labrador, por exemplo, têm necessidade energética diária de manutenção (NEM) diferente da de cães de outras raças.

Vale ressaltar que o ponto de partida para o desenvolvimento de um alimento industrializado para uma raça de cão ou gato provém da particularidade racial específica e respaldada pela literatura. Ademais, a contribuição por meio da escuta ativa de criadores renomados reforça a ideia de se buscar uma formulação mais adequada e que atenda às sensibilidades inerentes a cada raça. Assim, pode-se observar que há diferenças já reconhecidas na literatura em níveis de energia requeridos por uma determinada raça para a manutenção de seu peso e saúde de uma forma geral.

Além de necessidades energéticas divergentes, os cães e gatos também apresentam diferenças pertinentes do ponto de vista anatômico, como a morfologia do crânio. Os variados formatos de cabeça, mandíbula e maxila determinam a necessidade de croquetes adaptados a essa especificidade, a fim de facilitar a preensão e possibilitar a mastigação mais adequada do alimento (Figura 1).

­

Figura 1 – Tipos de conformações cranianas em cães

­

Diante das variações, identificou-se que cães braquicefálicos, por possuírem um crânio largo e curto, requerem como alimento um croquete de formato adaptado e diferente do produzido para cães mesocefálicos, que têm um crânio de comprimento e largura medianos. Facilitar a preensão do alimento implica preensão e mastigação adequadas, bem como favorecer o bem-estar do animal. Confira as características da raça bulldogue francês:

• mandíbula braquicefálica – em função de sua morfologia maxilofacial braquicefálica, a preensão dos croquetes pode ser difícil para essa raça;

• predisposição às dermatopatias – dermatite atópica 2, piodermite bacteriana 2, alopecia sazonal dos flancos cíclica 4;

• predisposição às gastroenteropatias – problemas de mastigação, hipersalivação, deglutição repetida, ingestão anormalmente frequente de grama/capim, vômito em jatos na presença de fator estressante, regurgitação 5, esofagite por refluxo 6, gastrite, duodenite linfoplasmocitária 7 e colite ulcerativa histiocítica 8, capacidade enzimática limitada 9, esvaziamento gástrico em intervalos mais curtos 10 e acentuada permeabilidade do intestino delgado 11;

• predisposição a problemas osteoarticulares – hemivértebra 12, osteocondrodisplasia, angulação da coluna vertebral (cifose, lordose ou escoliose), estreitamento do canal medular, deslocamento ou fratura das vértebras após traumatismo e síndrome de má-formação occiptal caudal 13,14.

Benefícios do alimento para o cão bulldogue-francês Algumas das manifestações decorrentes dessas afecções podem ser mitigadas com um alimento específico para a raça predisposta. O fornecimento de um croquete adaptado à mandíbula braquicefálica do bulldogue-francês facilita a preensão e estimula a mastigação. As sensibilidades cutânea, gastrintestinal e articular são minimizadas com um alimento composto por proteína de altíssima digestibilidade (>90% de assimilação), EPA e DHA (ácidos graxos de cadeia longa ômega 3), prebiótico, polpa de beterraba e sulfato de condroitina e glicosamina, entre outros nutrientes que podem auxiliar na redução das manifestações clínicas.

 

Gatos

No caso de gatos, as particularidades morfológicas, sensibilidade e outras especificidades também são beneficiadas pela nutrição precisa. Os gatos da raça persa são braquicefálicos, fazem a preensão do croquete com a porção inferior da língua e têm sensibilidade de pele e gastrintestinal, além de tendência à formação de bolas de pelo. Os siameses são felinos esguios, muito ativos e com predisposição à regurgitação, uma vez que a velocidade de ingestão alimentar é elevada. Gatos da raça maine coon têm mandíbulas grandes e predisposição à cardiomiopatia hipertrófica e a enfermidades articulares, como displasia coxofemoral 15-16. Cada um deles tem um perfil nutricional específico.

Os benefícios dos alimentos específicos para cães e gatos de raça são diversos e pontuais. O perfil nutricional, o formato, o tamanho e a textura dos croquetes e outras características de tais produtos atendem de forma precisa às necessidades raciais cientificamente reconhecidas por médicos-veterinários e criadores, e visam favorecer a qualidade de vida e o bem-estar dos animais.

 

Referências

01-NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of dogs and cats. 1. ed. Washington: National Academy Press, 2006. 424 p. ISBN: 978-0309086288.

02-PRÉLAUD, P. Canine atopic dermatitis: a genetic disease? Bulletin de l’Académie Vétérinaire de France, v. 160, n. 3, p. 229-234, 2007.

03-BENSIGNOR, E. ; GERMAIN, P. A. ; DAIX, B. ; FLORANT, E. ; GERBIER, C. ; GROUX, D. ; HENNEQUIN, G. ; LAUMONNIER, M. ; MEGE, C. ; MEYRIAL, J. ; MIGRAINE, P. ; MEDAILLE, C. Etude étiologique des pyodermites récidivantes chez le chien. Revue de Médecine Vétérinaire, v. 156, n. 4, p. 183-189, 2005.

04-GUAGUÈRE, E. ; HUBERT, T. ; MULLER, A. ; PRÉLAUD, P. Alopécie du tronc. In:___. Dermatologie du chien: questions et réponses. Paris: Elsevier-Masson, 2004. p. 68-69. ISBN: 978-2294014642.

05-LECOINDRE, P. ; RICHARD, S. Digestive disorders associated with the chronic obstructive respiratory syndrome of brachycephalic dogs: 30 cases (1999-2001). Revue de Médecine Vétérinaire, v. 155, n. 3, p. 141-146, 2004.

06-DUPRÉ, G. Brachycephalic syndrome: new knowledge, new treatments. In: WORLD SMALL ANIMAL VETERINARY CONGRESS, 33., 2008, Dublin. Proceedings… Dublin: WSAVC, 2008. p. 631-632.

07-PONCET, C. M. ; DUPRÉ, G. P. ; FREICHE, V. G. ; ESTRADA, M. M. ; POUBANNE, Y. A. ; BOUVY, B. M. Prevalence of gastrointestinal tract lesions in 73 brachycephalic dogs with upper respiratory syndrome. The Journal of Small Animal Practice, v. 46, n. 6, p. 273-279, 2005. doi: 10.1111/j.1748-5827.2005.tb00320.x.

08-VAN DER GAAG, I. ; VAN TOORENBURG, J. V. ; VOORHOUT, G. ; HAPPE, R. P. ; AALFS, R. H. Histiocytic ulcerative colitis in a French Bulldog. The Journal of Small Animal Practice, v. 19, n. 5, p. 283-290, 1978. doi: 10.1111/j.1748-5827.1978.tb05493.x.

09-BUDDINGTON, R. K. ; ELNIF, J. ; MALO, C. ; DONAHOO, J. B. Activities of gastric, pancreatic, and intestinal brush-border membrane enzymes during postnatal development of dogs. American Journal of Veterinary Research, v. 64, n. 5, p. 627-634, 2003. doi: 10.2460/ajvr.2003.64.627.

10-WEBER, M. P. ; STAMBOULI, F. ; MARTIN, L. J. ; DUMON, H. J. ; BIOURGE, V. C. ; NGUYEN, P. G. Gastrointestinal transit of solid radiopaque markers in large and giant breed growing dogs. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v. 85, n. 7-8, p. 242-250, 2001. doi: 10.1046/j.1439-0396.2001.00325.x.

11-WEBER, M. P. ; MARTIN, L. J. ; DUMON, H. J. ; BIOURGE, V. C. ; NGUYEN, P. G. Influence of age and body size on in intestinal permeability and absorption in healthy dogs. American Journal of Veterinary Research, v. 63, n. 9, p. 1323-1328, 2002. doi: 10.2460/ajvr.2002.63.1323.

12-DREW, R. A. Possible association between abnormal vertebral development and neonatal mortality in bulldogs. Veterinary Record, v. 94, n. 21, p. 480-481, 1974.

13-SCHAER, M. Appareil musculo-squelettique; II : os et articulations. In:___. Médecine clinique du chien et du chat. Paris: Elsevier-Masson, 2006. p. 544-569. ISBN: 978-2294048616.

14-DEWEY, C. W. Caudal occipital malformation syndrome in dogs. In: CONGRESSO NAZIONALE MULTISALA SCIVAC, 50., 2005, Rimini, Italia. Proceedings… Rimini: SCIVAC, 2005.

15-MILLS, D. L. Feline joint problems. In: AMERICAN COLLEGE OF VETERINARY SURGEONS, 5., 1995, Chicago. Proceedings… Chicago: ACVS, 1995. p. 533-535.

16-MEURS, K. M. ; SANCHEZ, X. ; DAVID, R. M. ; BOWLES, N. E. ; TOWBIN, J. A. ; REISER, P. J. ; KITTLESON, J. A. ; MUNRO, M. J. ; DRYBURGH, K. ; MacDONALD, K. A. ; KITTLESON, M. D. A cardiac myosin binding protein C mutation in the Maine Coon cat with familial hypertrophic cardiomyopathy. Human Molecular Genetics, v. 14, n. 23, p. 3587-3593, 2005. doi: 10.1093/hmg/ddi386.

 

Luciana Peruca 

MV, Msc, coordenadora de comunicação científica

Royal Canin Brasil