A importância do conhecimento do médico-veterinário sobre as particularidades da raça de seus pacientes
Alimentos destinados a raças específicas podem ajudar a minimizar predisposições raciais
O papel do médico-veterinário vai além do atendimento a animais doentes, a partir do diagnóstico e do tratamento. Ele também colabora com a prevenção e com o bem-estar de seus pacientes, por meio do conhecimento das necessidades específicas de cada animal e da orientação aos tutores. Uma parte importante desse entendimento são as particularidades das raças às quais ele atende.
Cada raça de animal apresenta características distintas, tanto físicas quanto comportamentais. Conhecer as principais particularidades da raça permite ao médico-veterinário antecipar potenciais problemas de saúde e oferecer um cuidado mais personalizado, sabendo em que pontos ficar atento para identificar as predisposições que cada raça apresenta, o que contribui para a prevenção de doenças e a manutenção da saúde de seus pacientes.
Todos os cães têm particularidades de saúde. Embora não possamos sempre antecipar possíveis complicações, os médicos-veterinários sempre orientam os tutores sobre as visitas regulares para manutenção da saúde. Sabemos que o acompanhamento profissional pode colaborar com o aumento da expectativa de vida, pois permite que o animal tenha qualidade de vida e contribui para a detecção precoce de doenças.
Adicionalmente, é do conhecimento do profissional que boa parte das raças caninas se destaca para predisposições a certas doenças específicas. E enquanto algumas dessas predisposições podem ser associadas à raça, outras têm maior relação com o porte do animal. A partir do conhecimento dessas condições, o médico-veterinário pode adotar medidas preventivas, atuando precocemente diante de alguma anormalidade, elaborado um plano preventivo para evitar o desenvolvimento das doenças às quais a raça é predisposta, o que possibilita a promoção de saúde a longo prazo e da qualidade de vida de seus pacientes.
Em relação à nutrição, alimentos destinados a raças específicas podem ajudar a minimizar essas predisposições, já que as recomendações dietéticas podem variar dependendo das necessidades específicas de cada raça. Por exemplo, algumas raças apresentam predisposição ao sobrepeso e à obesidade, como pug e labrador. Outras possuem maior possibilidade de desenvolverem urolitíases, como schnauzer e shih-tzu. Raças braquicefálicas como pug e bulldogs francês e inglês podem ter dificuldade na preensão de croquetes não adaptados. Já os cães das raças yorkshire e pomerânia possuem mandíbulas muito pequenas com pouco espaço entre os dentes, o que facilita o acúmulo de alimento, formação da placa bacteriana e consequentemente, maior predisposição à cálculo dentário. Algumas raças apresentam ainda necessidades específicas para a manutenção da pele e da pelagem, por exemplo, as de pelagem longa como yorkshire terrier e shih-Tzu, ou com dupla camada de pelos como pomerânia.
As diferentes particularidades reforçam a necessidade de alimentos exclusivos para cada raça. A alimentação para raças é o que existe de mais avançado em termos de ciência e tecnologia para animais saudáveis, pois é a que oferece a maior precisão nutricional. Dessa forma, por meio do conhecimento sobre as particularidades de cada raça, o médico-veterinário pode recomendar ao tutor o alimento mais adequado para cada paciente.
Referências
GRANDJEAN, D. Tudo o que você deve saber sobre o papel dos nutrientes na saúde de cães e gatos. Ed. Aniwa, Royal Canin, 2006.
GRANDJEAN, D. & HAYMANN, F. Enciclopedia do cão. Ed. Aniwa, Royal Canin, 2023.
Leticia Tortola
Coordenadora de Comunicação Científica – Royal Canin Brasil