Em referência ao “Setembro Vermelho”, médica-veterinária alerta para doenças cardíacas nos cães
Especialista da Boehringer Ingelheim Saúde Animal aponta os cuidados necessários para a detecção precoce e tratamento
O mês de setembro traz à lembrança para o Dia Mundial do Coração, em 29/9, e o alerta para o “Setembro Vermelho”, abre espaço para o alerta sobre as doenças cardíacas, que, como em seres humanos, também acometem os cães. As doenças cardíacas em cães são mais frequentes em animais de meia idade a idosos e, em algumas raças específicas, têm predisposição genética. Como as principais doenças cardíacas caninas não têm cura, a detecção precoce e o tratamento adequado são muito importantes.
Estima-se que cerca de 10% dos cães atendidos em clínicas e hospitais veterinários sofrem de alguma alteração cardíaca, e esse número pode chegar até a 35%, se considerarmos cães acima de 13 anos de idade. As doenças cardíacas mais comuns encontradas em cães são a Doença Valvar Crônica (DVC) e a Cardiomiopatia Dilatada (CMD).
“O tratamento clínico adequado pode retardar o desenvolvimento de alguns sintomas e aliviar aqueles que já estão presentes, melhorando a qualidade de vida dos animais e, consequentemente, dos seus tutores. Por isso, o foco deve ser sempre na detecção precoce”, afirma da dra. Karin Botteon, Consultora de Assuntos Veterinários da Boehringer Ingelheim. “Para isso, é fundamental que o tutor realize check-ups gerais de seus cães de forma regular para detectar essas e outras doenças e iniciar o tratamento adequado o quanto antes”.
Karin explica que o coração bombeia o sangue, levando oxigênio e nutrientes para o organismo, conduzido por átrios e ventrículos, que são as câmaras do coração. O fluxo do sangue circulando nestas câmaras é controlado pelas válvulas atrioventriculares. A DVC acomete justamente estas válvulas do coração e é a cardiopatia mais comum em cães, correspondendo à 75% dos casos de doenças cardíacas. A doença acomete mais frequentemente cães idosos e de pequeno porte, como o poodle, daschund, shi-tzu, maltês, entre outros. Os cães da raça cavalier king charles spaniel, uma raça ainda pouco conhecida no Brasil, tem predisposição genética para DVC e podem manifestar a doença em idades mais precoces (mais jovens).
Já a CMD ocorre devido à perda da função do músculo cardíaco, prejudicando a capacidade de contração do coração. A enfermidade é mais comum em cães de grande porte, como boxer, dogue-alemão, labrador e, especialmente, o dobermann, que tem predisposição genética para o desenvolvimento da doença. Os principais sintomas de cães com doenças cardíacas caninas são o cansaço fácil durante atividades físicas, tosse e mudanças no padrão respiratório, com respiração ofegante e até falta de ar. Em alguns casos, pode haver cianose (mucosas e línguas arroxeadas) e desmaio.
Tratamento para cardiopatias em cães
Com a evolução da doença cardíaca, o bombeamento do coração é prejudicado e o cão pode desenvolver um quadro chamado de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), que demanda intervenção médica e acompan