A alimentação dos filhotes de gatos e cães é muito particular. Nas primeiras 12-24 horas de vida, eles são alimentados com o colostro materno. Após essa fase, com o leite materno rico em gordura, proteína e água, além de um percentual de lactose. A amamentação ocorre até a 4ª-5ª semana de vida do filhote, período em que ele ainda é capaz de digerir os nutrientes do leite, mas, por outro lado, já requer um teor energético mais elevado para crescer. Dessa forma, o início do desmame torna-se necessário, com a inclusão gradativa de alimentação de consistência mais firme que o leite.
Desmame
O desmame deve ser iniciado com a introdução de alimentação pastosa (“mingau”) ou úmida, intercalada com mamadas esporádicas. O mingau deve ser feito com a reidratação de um croquete com tecnologia própria para isso, na diluição de 1 porção do alimento seco em 2 porções de água à temperatura de 60 ºC, por 20 minutos. No início, os filhotes consomem uma pequena quantidade do mingau semi-sólido, pois o leite materno continua sendo a principal fonte alimentar da ninhada. Depois de 2 ou 3 dias da introdução do alimento nessa consistência, os filhotes já passam a fazer a preensão do alimento, e a diluição deve ser menor (1:1). Os dentes decíduos (dentes de leite) irrompem entre 21 e 35 dias após o nascimento, e, assim, os filhotes felinos e caninos adquirem a capacidade de mastigar e consumir alimento sólido em torno de 5 a 6 semanas de vida.
Após o desmame, o filhote é submetido à alimentação seca apropriada para essa etapa da vida. Nesse mesmo período ocorre a fase de socialização, que vai da 4ª à 12ª semana de vida no cão, e entre a 3ª e a 8ª semana de vida no gato 1,2. Durante esse período, o tempo dedicado à alimentação e ao sono se reduz pro gressivamente, observando-se o início das atividades do filhote como a interação intraespécie e inter-espécie 3.
Cuidados nutricionais dos filhotes em crescimento
O crescimento de gatos e cães é diferente. Enquanto nos gatos há duas curvas características e distintas de crescimento, os cães apresentam curvas específicas para cada porte e até para cada raça (Figuras 1 e 2).
Nos gatos, até os 4 meses de vida o crescimento é intenso e rápido, requerendo um alimento mais energético. Dos 4 aos 12 meses de vida, o gatinho ainda está crescendo, mas mais lenta e gradativamente, tornando-se necessária uma alimentação com um teor energético moderado. Nos cães, a variação é ainda maior. Os cães pequenos crescem até os 10 meses de vida; os cães médios, até os 12 meses, os grandes, até 15 a 18 meses; e os gigantes, até 18 a 24 meses.
Com isso, os requerimentos nutricionais devem atender especificamente a cada curva de crescimento tão própria e distinta de cada porte.
Os benefícios dos alimentos completos e balanceados para filhotes de cães e gatos são diversos. O perfil nutricional, o formato, o tamanho e a textura dos croquetes e outras características de tais alimentos atendem de forma precisa às necessidades dos filhotes reconhecidas por médicos-veterinários e criadores, contribuindo diretamente para a qualidade de vida e o bem-estar desses animais.
Referências
1-PRATS, A. Farmacologia e terapêutica veterinária. In:___. Neonatologia e pediatria canina e felina. 1. ed. Madri: Interbook, 2005. p. 270-301. ISBN: 978-8589450041.
2-CRESPILHO, A. M. ; MARTINS, M. I. ; SOUZA, F. ; LOPEZ, M. ; PAPA, F. Abordagem terapêutica do paciente neonato canino e felino: 1. Particularidades farmacocinéticas. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 30, n. 1/2, p. 3-10, 2006.
3-SORRIBAS, C. E. El cachorro. In:___. Reproduccion en los animales pequeños. Buenos Aires: Intermédica, 1995. p. 126-135. ISBN: 978-9505551651.
Luciana Peruca
MV, Msc, coordenadora de comunicação científica
Royal Canin Brasil