Software desenvolvido por estudante pode ajudar a controlar a leishmaniose
Partindo da observaçãqo do que acontece no cotidiano da sociedade, Rayana Aparecida Ayala Batista, então com 15 anos, começou os estudos para desenvolver um software com o objetivo de reunir o maior número de dados relevantes para o controle da leishmaniose visceral.
Aluna do Campus Corumbá do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, a adolescente contou com a orientação do professor Roosevelt Silva e a co-orientação da professora Michele de Lima.
Conforme ia cursando novas disciplinas da grade curricular do Ensino Médio, integrada ao curso Técnico em Informática, a garota conseguia subsídios para incrementar a criação, que foi premiada em váqrias feiras científicas do país e do exterior, desde os estudos iniciais em 2011 até a sua finalização, concluída este ano.
“Pensei na dengue, mas já havia um sistema, e então eu parti para a leishmaniose visceral, que também é um problema de saúde: porém, eu queria fazer o sistema todo georreferenciado, sendo esse o diferencial para o da dengue, que já existia. O profissional que trabalha com o controle dos casos tem uma visão maior do que está acontecendo com o SIGLeish (nome do software), porque é possível visualizar a área em mapa, propiciando uma tomada de decisão melhor”, explicou a adolescente.
Rayana, que agora está com 18 anos, já apresentou o SIGLeish na cidade peruana de Trujillo e também foi credenciada para apresentá-lo numa feira científica na Espanha. Após o cumprimento de alguns trâmites legais e a fase de testes, ela pretende disponibilizar gratuitamente o software para municípios de todo o país.
“Se eles (agentes de endemias) quiserem montar um relatório de um determinado período de tempo, têm que ir atrás de toda a papelada, depois fazer um levantamento de dados, e isso demanda muito tempo e é muito cansativo. E quando se tem um sistema que faz isso, um relatório de 2000 até 2014, por exemplo, se faz em cliques, otimizando muito o trabalho”, comentoiu a jovem sobre algumas das vantagens do uso do software.
O SIGLeish amplia ainda a capacidade de controle da doença, pois permite armazenar dados não apenas das ocorrências em seres humanos, mas também reservar espaço para casos em cães e ainda identificar e contabilizar o número de armadilhas que fazem a captura de flebotomíneos (mosquitos-palha).
“Ele faz o cadastro com todos os dados necessários. Hoje, existe somente o quantitativo de casos em seres humanos e não em cães, então esse gerenciamento acaba tendo uma lacuna”, observou Rayana que já disponibilizou o software para a Prefeitura Municipal de Corumbá.
O SIGLeish – Software Georreferencial para Apoio e Controle dos Casos de Leishmaniose Visceral receberá suporte do IFMS durante a fase de testes.
Fonte: Portal da Prefeitura de Corumbá