Cães comunitários – tempo de permanência e população em terminais urbanos de ônibus e parques do município de Curitiba, Paraná
Community dogs – staying time and population in urban bus terminals and parks in the municipality of Curitiba, Paraná
Perros comunitarios – tempo de permanencia y población en terminales de autobuses urbanos y parques del municipio de Curitiba, Paraná
Clínica Veterinária, Ano XXIX, n. 168, p. 38-47, 2024
DOI: 10.46958/rcv.2024.XXIX.n.168.p.38-47
Resumo: A superpopulação de cães é uma realidade considerada uma questão de saúde pública. A Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba (RDPAC) realiza assistência no manejo sanitário de cães que moram em terminais de ônibus e parques. Este estudo objetivou o monitoramento do tempo de permanência e do número de cães comunitários presentes nos terminais de ônibus de Curitiba e baseou-se na análise retrospectiva dos dados sobre os cães comunitários monitorados pela Prefeitura por meio de estatística descritiva. Os dados coletados foram distribuídos em uma planilha, e calcularam-se o número total de animais de cada variável e o tempo médio de permanência. O tempo médio de permanência foi de 2 anos. Todos eram SRD, 67,7% de machos, 73,8% de porte grande, 85,4% de adultos, 70% de esterilizados e 87,7% de microchipados. Além disso, 23% foram adotados, 27% faleceram e 47,3% desapareceram. O monitoramento permanente é parte fundamental do Programa Cão Comunitário (PCC), fornecendo informações essenciais para políticas públicas eficazes.
Unitermos: abandono, monitoramento, perfil, manejo
Abstract: Dog overpopulation is a reality considered a public health issue. The Curitiba Animal Protection Network provides assistance in health management of dogs that live in bus terminals and parks. The objective was to monitorize the length of stay and the number of community dogs presented in Curitiba bus terminals. The study was based on the retrospective analysis of data on community dogs monitored by the City Hall through descriptive statistics. The collected data was distributed in a spreadsheet, and the total number of animals for each variable and the average length of stay were calculated. The average length of stay was 2 years. All were non-defined breed, 67.7% males, 73.8% large, 85.4% adults, 70% sterilized and 87.7% microchipped. Furthermore, 23% were adopted, 27% died and 47.3% disappeared. Permanent monitoring is a fundamental part of the Community Dog Program, offering essential information for effective public policies.
Keywords: abandonment, monitoring, profile, management
Resumen: La sobrepoblación canina es una realidad considerada un problema de salud pública. La Red de Protección Animal de Curitiba brinda asistencia en el manejo sanitario de los perros que viven en terminales de autobuses y parques. El objetivo fue monitorear la duración de la estadía y el número de perros comunitarios presentes en las terminales de autobuses de Curitiba. El estudio se basó en el análisis retrospectivo de datos de perros comunitarios monitoreados por el Ayuntamiento mediante estadística descriptiva. Los datos recolectados se distribuyeron en una hoja de cálculo y se calculó el número total de animales para cada variable y la duración promedio de la estadía. La estancia media fue de 2 años. Todos eran SRD, 67,7% varones, 73,8% grandes, 85,4% adultos, 70% esterilizados y 87,7% con microchip. Además, 23% fueron adoptados, 27% murieron y 47,3% desaparecieron. El monitoreo permanente es parte fundamental del Programa Canino Comunitario, ofreciendo información esencial para políticas públicas efectivas.
Palabras clave: abandono, supervisión, perfil, gestión
Introdução
No Brasil, em 2013, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 1, havia cerca de 30 milhões de animais, predominantemente cães e gatos, em situação de rua e/ou abandono. A quebra do vínculo entre cães e pessoas, atrelada à falta de políticas públicas efetivas, constitui a base da problemática dos animais em situação de rua presenciada nas cidades brasileiras 2. A superpopulação de cães é uma realidade considerada uma questão de saúde pública 3. Esses animais costumam procurar áreas com alimento e abrigo, especialmente em locais com grande fluxo de pessoas, mas estão constantemente expostos a vários riscos, tais como maus-tratos, traumas, intempéries e diversas doenças 4.
Durante décadas existiu uma política de captura e extermínio dos animais das ruas, visando o controle da raiva. No entanto, essa estratégia foi mundialmente considerada inadequada e ineficaz 1,5. Atualmente, o poder público emprega várias estratégias de manejo populacional de cães e gatos para evitar que esse e outros problemas ocorram, sendo que uma dessas estratégias é a implementação do Programa Cão Comunitário (PCC), que já é aplicado em diversos municípios brasileiros. As abordagens atuais se baseiam nos conceitos de saúde única e bem-estar 6,7.
“Cão comunitário” pode ser definido como um animal que, embora não tenha um único responsável definido, estabelece vínculo de dependência e de manutenção com a comunidade em que vive. Embora estejam em situação de rua, esses cães normalmente recebem alimentação, abrigo, esterilização, vacinação e antiparasitários provenientes do cuidado e da atenção de um grupo de pessoas de determinada comunidade 8,9,10, o que aumenta o seu grau de bem-estar e, simultaneamente, oferece às pessoas da comunidade barreiras sanitárias e reprodutivas, que geralmente impedem ou dificultam a migração de cães não vacinados e reprodutivamente ativos à região. Isso ocorre devido ao comportamento territorial dos cães, que, ao dominarem o território e se deslocarem menos, diminuem as chances de outros cães ou grupos com estado sanitário e reprodutivo desconhecido se moverem e estabelecerem na região 9,11.
Normalmente, esse impedimento ocorre a partir de conflitos nos quais os cães apresentam uma tendência a reagir agressivamente, especialmente por meio de mordeduras, quando um “intruso” entra em seu território ou nos arredores, manifestando-se contra pessoas ou animais desconhecidos que se aproximam do seu espaço 12. As agressões podem ocorrer nos contextos de expressões de dominância, defesa territorial, competição por alimento, proteção de membros da matilha, por dor e medo 13. Esse comportamento ocorre há anos no mundo todo, e é normal e esperado dos cães, especialmente de matilhas, devido a uma característica intrínseca à espécie. Para impedir que essas situações ocorram com os munícipes, deve-se orientá-los a evitar:
• contato direto e fixo com os olhos dos animais;
• fazer movimentos bruscos, especialmente tocá-los de forma abrupta;
• gritar ou expô-los a barulhos altos;
• correr, especialmente quando os animais estão se aproximando;
• aproximar-se ou atrapalhar quando estão se alimentando; e
• mexer em seus pertences (abrigo, brinquedos, petiscos) 14,15.
Desde 2013, a Rede de Proteção Animal (RPA), divisão do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) da Prefeitura Municipal de Curitiba, atua no programa Cão Comunitário, dando assistência ao manejo sanitário de cães que moram em terminais urbanos de ônibus e parques públicos da cidade. Enquanto os mantenedores de cada região são responsáveis pela alimentação, pelo abrigo e por informar a prefeitura sobre eventuais necessidades veterinárias dos animais, a RPA é responsável pela microchipagem, esterilização, vacinação, aplicação de antiparasitários, pesquisa e monitoramento de zoonoses e cuidados veterinários, quando necessário. Os objetivos do programa são acompanhar e monitorar a permanência desses animais, visando promover o aumento do bem-estar animal, o controle reprodutivo, a manutenção da saúde pública e animal e a adoção responsável.
Objetivo
Análise do monitoramento do tempo de permanência, do número de animais e do perfil da população de cães comunitários presentes nos terminais urbanos de ônibus e parques municipais de Curitiba, Paraná, Brasil.
Método
O presente estudo baseou-se na análise retrospectiva dos dados sobre os cães comunitários monitorados pela Prefeitura Municipal do município de Curitiba, Paraná, Brasil. A cidade é a capital do estado do Paraná e está localizada no sudeste do estado, na Região Sul do Brasil. O clima é subtropical úmido mesotérmico, a área territorial compreende 434,892 km², e a população humana é de 1.773.733 habitantes 16. Segundo a Urbanização de Curitiba (URBS) 17 e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) 18, existem 21 terminais urbanos e 30 parques municipais na cidade. O Zoológico ocupa um dos setores do complexo Parque Regional Iguaçu, que inclui o Setor Náutico e o Parque Olímpico Cajuru.
Todos os dados são pertencentes aos arquivos da Rede de Proteção Animal (RPA), divisão do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna (DPCF) da SMMA da Prefeitura Municipal de Curitiba. As informações contidas nos arquivos são de cães não domiciliados que habitam ao redor e/ou no interior dos terminais urbanos de ônibus e dos parques públicos da capital paranaense há pelo menos seis meses desde a sua inserção no programa. Esse período mínimo foi estabelecido para que não sejam considerados os animais transitórios, sem vínculo com os cuidadores e com a região. Esses animais foram classificados como cães comunitários e permanecem sob os cuidados dos mantenedores de cada região, sendo o manejo sanitário – assistência veterinária, vacinação, aplicação de antiparasitários, esterilização e microchipagem – responsabilidade da Prefeitura Municipal de Curitiba.
No total, foram avaliadas informações obtidas no período de 2017 a 2022, relativas a 130 cães cadastrados como comunitários e analisadas por meio de estatística descritiva. Os dados coletados foram:
• sexo (macho ou fêmea);
• raça;
• porte (pequeno, médio ou grande);
• fase de vida (filhote, adulto ou idoso);
• estado reprodutivo (castrado ou íntegro);
• presença de microchip;
• ano de entrada no terminal/parque;
• ano de saída do terminal/parque;
• presença no terminal/parque em 2022;
• tempo de permanência;
• motivo da saída (adoção, falecimento ou desaparecimento); e
• motivo do óbito (eutanásia, atropelamento ou ausência de descrição do motivo nos arquivos).
Os dados obtidos foram coletados a partir dos arquivos físicos internos da RPA e organizados e distribuídos em uma planilha do Microsoft Excel. Em seguida, foi analisado o número total de animais de cada terminal ou parque com cães comunitários cadastrados, a partir dos critérios:
• cães comunitários com cadastro ativo em cada ano entre 2017 e 2022;
• de permanência menor do que um ano até cinco anos nos terminais/parques;
• machos e fêmeas;
• cães com e sem microchip;
• cães castrados e íntegros;
• cães de porte pequeno, médio e grande;
• cães filhotes, adultos e idosos;
• cães adotados, falecidos ou desaparecidos; e
• cães atropelados, eutanasiados e com ausência de descrição do motivo de óbito nos arquivos. (Os animais com ausência de informação do motivo do óbito não foram considerados desaparecidos ou excluídos do estudo, devido ao relato de óbito confirmado pelos mantenedores da época, mas sem a anotação detalhada do motivo de falecimento nas fichas).
Por fim, foram elaborados gráficos para facilitar a representação dos dados analisados.
Resultados e discussão
Ao longo do período entre 2017 e 2022, a RPA foi responsável pelo manejo sanitário de 130 cães comunitários presentes e distribuídos em 19 terminais urbanos e três parques municipais de Curitiba, PR. No final de 2022, 56 cães monitorados ainda habitavam os parques e terminais. As figuras 1 e 2 evidenciam o número total de cães comunitários que habitavam cada respectivo terminal e parque municipal durante o período entre 2017 e 2022. A figura 3 mostra o número de cães comunitários presentes em terminais e parques durante o período de seis anos.
Analisando apenas o período citado acima, o tempo médio de permanência foi de dois anos, com variação entre seis meses e cinco anos, sendo que 11,5% dos cães permaneceram no local por menos de um ano (n = 15); 31,5% dos cães permaneceram no local por um ano (n = 41); 16,9% dos cães permaneceram no local por dois anos (n= 22); 13,8% dos cães permaneceram no local por três anos (n = 18); 12,3% dos cães permaneceram no local por quatro anos (n = 16); e 13,8% dos cães permaneceram no local por cinco anos (n = 18). O resultado de uma frequente permanência por vários anos nos mesmos locais indica um alto potencial de vínculo e apego entre os cães comunitários e a comunidade local, reforçando o antagonismo de políticas anteriores 19 que recomendavam a remoção não seletiva de cães em situação de rua. As políticas anteriores impossibilitavam a permanência de um cão por vários anos em um mesmo local, inviabilizando o vínculo entre a comunidade e os cães e aumentando o fluxo de entrada e saída das populações de cães nesses locais.
Quanto ao perfil dos 130 cães comunitários cadastrados na RPA entre os anos de 2017 a 2022, todos eram sem raça definida, e 67,7% dos animais eram machos (n = 88). Tal resultado foi semelhante ao encontrado em outros trabalhos 20,21,22, apesar de alguns autores 23,24,25 terem encontrado maior quantidade de fêmeas. Quanto ao porte, 13,8% são de porte pequeno (n = 9), 12,3% de porte médio (n = 8) e 73,8% de porte grande (n = 48), resultado contrário ao de estudos anteriores 26,27, que encontraram uma maioria de cães comunitários de porte médio. Quanto à fase de vida, apenas 2,3% eram filhotes (n = 3), 85,4% adultos (n = 111) e 12,3% idosos (n = 16). A ocorrência de uma menor proporção de cães de porte pequeno e médio, de a totalidade dos animais serem sem raça definida e da menor quantidade de cães filhotes e idosos pode ser explicada pelo fato de cães menores normalmente serem mais facilmente adotados, da mesma forma que cães de raça e cães filhotes ou idosos são mais procurados para adoção, sendo menos frequente encontrar esse perfil de animal abandonado nas ruas, seja tanto pela facilidade do porte quanto pela maior sensibilidade para com cães de raça ou cães filhotes e idosos.
Quanto ao estado reprodutivo, registro e identificação, 70% foram esterilizados (n = 91) e 87,7% foram microchipados (n = 114). O serviço de esterilização e aplicação de microchip é uma realidade cada vez mais crescente nos municípios brasileiros e somado a ações de educação, controle populacional, registro e identificação dos animais, juntos fazem parte das principais estratégias prioritárias de programas de manejo populacional 30,31,32. Desde 2013, mais de 100,5 mil cães e gatos foram beneficiados pelo programa de castração gratuita da RPA de Curitiba, e mais de 130 mil já foram microchipados, incluindo os cães comunitários dos terminais e parques de Curitiba. A Prefeitura de Curitiba é destaque e exemplo nacional com o Programa Cão Comunitário (PCC) 31,32, inclusive sendo citada no informe técnico de Manejo Humanitário e Efetivo de Cães e Gatos de Minas Gerais lançado em 2017 33.
Para cães e gatos, o método de identificação permanente mais utilizado é a aplicação de microchip subcutâneo, que permite a verificação por meio de um leitor digital 29. Além de ser um método rápido e seguro, o microchip subcutâneo permite a construção de um banco de dados, fomenta a guarda responsável, auxilia no monitoramento de animais nas vias urbanas e comunitários, na responsabilização em casos de abandono e/ou maus-tratos, na visualização da taxa de sobrevivência e na identificação dos tutores 29,30. Já o mutirão de esterilização cirúrgica (castração), permanente e gratuito, é uma das ferramentas mais importantes para o controle populacional, por reduzir a densidade populacional, além de auxiliar na prevenção de doenças reprodutivas e na redução do número de agressões a seres humanos, uma vez que há menos relatos de ataques por animais esterilizados 29,30,33.
O motivo de saída dos 74 cães comunitários dos terminais e parques ao longo dos seis anos foram:
• 23% foram adotados (n = 17);
• 3% foram para lares temporários (n = 2);
• 27% faleceram (n = 20); e
• 47,3% desapareceram (n = 35).
Na figura 4 estão evidenciados os motivos de óbito identificados, assim como suas respectivas porcentagens.
A alta incidência de animais com confirmação de óbito no período estudado mas sem informações escritas nas fichas a respeito do motivo ressalta a importância do preenchimento completo e detalhado para que o monitoramento de indicadores seja efetivo. Curiosamente, 87,5% dos casos sem detalhamento do motivo de falecimento ocorreram durante 2020 e 2021 (n = 7), os principais anos com efeitos e restrições relacionados à pandemia de Covid-19, gerando consequências ainda não totalmente elucidadas. Tal porcentagem pode ser reflexo das restrições e dos reduzidos quadros de servidores públicos decorrentes das regras de afastamento estabelecidas para o combate da pandemia.
Ademais, foi possível observar um aumento expressivo da porcentagem dos animais que desapareceram e dos que faleceram, especialmente devido a atropelamentos, em comparação com a revelada em trabalhos anteriores 34 com os cães comunitários monitorados pela RPA de Curitiba, PR. O desaparecimento de cães deixa incerto o que pode ser a causa do aumento desse indicador, uma vez que os animais podem ter falecido, mudado de território ou até mesmo ter sido adotados. O engajamento dos mantenedores com o cuidado e o vínculo entre eles e o poder público pode ser decisivo para mudanças em relação a essa variável. Já o aumento da porcentagem de cães que faleceram reforça os riscos da manutenção de cães comunitários em locais com grande circulação de veículos e pessoas, e alerta para a urgência de buscar outras estratégias para melhorar ainda mais as taxas de adoção e a redução efetiva de animais em situação de rua.
No entanto, é necessário levar em consideração as mudanças que ocorreram ao longo dos anos na sociedade, especialmente em relação ao aumento progressivo de abandono animal, à mudança da dinâmica populacional e ao comportamento de animais em áreas urbanas devido à urbanização progressiva e contínua, que impactou diretamente a quantidade de animais e os riscos envolvidos. Ainda assim, a taxa de adoção foi semelhante à relatada em trabalhos anteriores, ressaltando-se o alto potencial de adoção desses cães, especialmente quando comparados a animais recolhidos em abrigos 9,35.
Considerações finais
O monitoramento contínuo e permanente do Programa Cão Comunitário (PCC) é essencial para que essa estratégia de manejo populacional implementada tenha cada vez mais impactos positivos na saúde e no bem-estar dos animais e da comunidade. Esse tipo de programa faz parte da luta contínua por políticas públicas eficazes e garante os cuidados básicos necessários para esses animais, incentiva a adoção e é importante no contexto de saúde pública e global.
Devido ao grande número de cães em situação de abandono nos municípios, a contribuição dos cães comunitários no manejo populacional torna-se de extrema importância como uma estratégia temporária, especialmente pela manutenção e pelo controle da dinâmica populacional e pelo fato de esses animais apresentarem um alto potencial de adoção. Considerando os riscos vinculados à manutenção de cães comunitários, é fundamental que os pesquisadores e o poder público continuem buscando por estratégias que visem uma acentuada redução de animais em situação de abandono, possibilitando a mudança da realidade atual do país e, consequentemente, da necessidade de estratégias como essa.
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