Medicina veterinária integrativa
Medicina veterinária integrativa
A medicina veterinária integrativa é a prática que objetiva o paciente como um todo, por meio de conhecimentos de várias áreas e disciplinas. O paciente é abordado com técnicas convencionais e complementares, em parcerias entre médicos-veterinários e tutores. Visa a interdisciplinaridade e é praticada na medicina humana há tempos, nos pacientes oncológicos e em outras áreas. Na medicina veterinária integrativa, o paciente com problema dermatológico é tratado nessa especialidade, mas recebe acompanhamento nutrológico e comportamental, entre outros.
Práticas integrativas e comunitárias
Desde maio de 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS) foi regulamentada pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria n. 371 – http://goo.gl/Zc64yJ.
Ela contempla a medicina tradicional chinesa (fitoterapia, acupuntura e auriculoterapia), a homeopatia, a medicina antroposófica, o termalismo, a arte terapia, a meditação, a musicoterapia, a naturopatia, a osteopatia, a quiropraxia, o reiki, a terapia comunitária, a biodança, a ioga, a medicina ayurveda, a reflexoterapia e a shantala.
Além do SUS, hospitais privados também aderiram à medicina integrativa, como o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, SP, que, além de oferecer o serviço aos pacientes, promove a pós-graduação latu sensu em Bases de Saúde Integrativa e Bem-Estar – http://goo.gl/FrEnJi.
A acupuntura é reconhecida como especialidade pelo CFMV e pela Organização Mundial da Saúde (WHO) – http://evidencebasedacupuncture.org/who-officialposition.
Medicina veterinária integrativa
Acupuntura, fitoterapia, homeopatia e ozonioterapia são as especialidades mais comuns na medicina veterinária integrativa. Mas seu universo é mais amplo, como vemos no programa do I Congresso Internacional de Medicina Veterinária Integrativa e do III Simpósio de Medicina Veterinária Integrativa – http://www.abmvi.com.br –, que ocorrerão de 24 a 26 de maio, em Ribeirão Preto, SP.
Acupuntura veterinária
Em 1999 foi criada a Associação Brasileira de Acupuntura Veterinária (Abravet) – http://abravet.com.br.
Fazem parte de seus objetivos:
• reunir e congregar os médicos veterinários acupunturistas do Brasil, promovendo o aprimoramento, a união e o intercâmbio e apoiando-os nas questões científicas, éticas, sociais, econômicas e jurídicas;
• organizar e promover eventos de caráter científico e social na área de acupuntura veterinária;
• desenvolver e divulgar a acupuntura, e contribuir para o aperfeiçoamento técnico e cultural de seus membros e demais profissionais interessados.
Em 2013, após mais de uma década de trabalho associativo, a Abravet foi reconhecida como afiliada à International Veterinary Acupuncture Society (IVAS) e, assim, passou a participar da diretoria e do comitê educacional da IVAS, e a ter seus cursos reconhecidos por ela.
Em 14 de fevereiro de 2014, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) habilitou a Abravet a conceder o título de especialista em acupuntura veterinária, por meio da Resolução n. 1.051 – http://goo.gl/mi6t7q.
Também é importante destacar que desde 10 de setembro de 2012, na FMVZ/Unesp-Botucatu, teve início o atendimento ambulatorial diário em acupuntura veterinária, que desde 2000 acontecia somente às sextas-feiras. Também nessa instituição criou-se a primeira residência em acupuntura veterinária do país, em março de 2014.
De 27 a 30 de abril de 2018, em São Paulo, SP, ocorrem o X Congresso Brasileiro de Acupuntura Veterinária e a II Prova de Especialista em Acupuntura Veterinária.
Homeopatia veterinária
A homeopatia veterinária foi a primeira especialidade reconhecida pelo CFMV. A Resolução n. 662, de 14 de julho de 2000, habilitou a Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB) a conceder o título de es pecialista. Ela é bastante discutida internacionalmente, e no Brasil seu ensino na grade curricular é limitado. O Ambulatório de Aves do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP oferece atendimento homeopático há 12 anos. Em média, são atendidos 20 casos por mês, principalmente de quadros de automutilação e arrancamento de penas.
Também cabe destacar a tese A presença da homeopatia nas faculdades de medicina veterinária do Brasil, de Clarice Vaz de Oliveira. Das 200 instituições contatadas, Clarice teve resposta de 99. E 20% delas tinham a disciplina de homeopatia. A segunda parte do estudo, de análise qualitativa dos dados, revelou a precariedade do ensino. Das 20 disciplinas, 19 eram optativas e uma obrigatória.
Ozonioterapia
O ozônio (O3) é um gás bastante reativo e altamente instável, ou seja, logo se recompõe a oxigênio (O2). É um dos oxidantes naturais mais potentes, e também um poderoso germicida. Essas características conferem ao ozônio uma gama de aplicações: pode ser utilizado tanto em medicina como em processos industriais, tratamento de águas, alimentos, gases, efluentes e também como agente clareador/branqueador.
A ozonioterapia médica é utilizada desde o século XIX. Os estudos iniciais foram desenvolvidos na Alemanha, e sua utilização era direcionada para combater a ação de bactérias e germes na pele humana. Durante a I Guerra Mundial (1914-1918) médicos alemães e ingleses utilizaram o ozônio para o tratamento de feridas em soldados.
O conhecimento da aplicação médica do ozônio difundiu-se pela Europa e ganhou grande adesão nos países do Leste europeu, particularmente na Rússia. Pelo estreito contato com a Rússia, Cuba também passou a desenvolver sua experiência com a ozonioterapia. Atualmente, Cuba possui cerca de 35 centros clínicos de ozonioterapia, além de unidades hospitalares e do maior centro de pesquisa básica e ensaios biológicos de ozônio. A aplicação do ozônio medicinal também está sendo desenvolvida em outros países, como Canadá e México, em alguns estados norte-americanos, e em países da Ásia, como China, Malásia e Coreia.
No Brasil, a ozonioterapia vem crescendo desde a década de 1970, mas somente em 2006 foi criada a Associação Brasileira de Ozonioterapia, a Aboz. Ela também se expandiu na medicina veterinária, e em 26 de agosto de 2017 foi criada a Associação Brasileira de Ozonioterapeutas Veterinários, cuja sigla é Abo3Vet – http://fb.com/abo3vet . O presidente da nova associação é o dr. Jean Guilherme Fernandes Joaquim, que também já foi presidente da Abravet, e coordena cursos de especialização no Brasil e em Portugal.
A Aboz vem compartilhando dois modelos de projeto de lei, um estadual e um municipal, para aqueles que querem auxiliar na implantação da ozonioterapia no Brasil para aplicação na saúde humana. O procedimento já está regulamentado para a odontologia, mas ainda é necessário avaliazar outras aplicações do ozônio medicinal, tais como na área da medicina e da veterinária, por exemplo – http://goo.gl/vt9dVp .
Os interessados no tema também podem aproveitar para participar da Conferência NOR SCIENCE – Neurology, Orthopedics & Rehabilitation, que ocorre em Campinas, SP, nos dias 4 e 5 de abril, quando o dr. Jean Guilherme Fernandes Joaquim ministrará palestras sobre Técnicas não convencionais na reabilitação de cães e gatos e Utilização de células-tronco na reabilitação de cães e gatos – http://www.feirasuperpet.com.br.
Neurologia
O CFMV ainda não confere o título de especialista em neurologia veterinária. Porém, a especialidade vem crescendo, principalmente depois da fundação da Associação Brasileira de Neurologia Veterinária (ABNV) – http://www.abnv.com.br –, em 2012. Desde então, a entidade vem congregando os médicos-veterinários interessados na especialidade e realizando regularmente simpósios internacionais. Este ano, mais um simpósio internacional está previsto para acontecer em setembro, no Rio de Janeiro, RJ, com a presença do dr. Curtis W. Dewey. O dr. Dewey divide com o dr. Ronaldo Casimiro da Costa a autoria do livro Neurologia canina e felina – guia prático, considerado o maior livro de neurologia veterinária da atualidade.
Professor na Universidade Estadual de Ohio – http://goo.gl/4UctTa –, o dr. Ronaldo Casimiro da Costa também se dedica a ministrar palestras em diversos congressos nacionais e internacionais, sendo um dos médicos-veterinários brasileiros de maior reconhecimento internacional na atualidade. Além disso, recentemente, teve a honra de ser convidado para ser editor da seção de neurologia da 16ª edição do Kirk’s Current Veterinary Therapy.
O Kirk é um dos principais livros de clínica veterinária do mundo. Ele já foi traduzido para inúmeras línguas desde a primeira edição, em 1964. Esse é o segundo grande livro em que o dr. Ronaldo Casimiro da Costa tem a honra de ser convidado para editar a seção de neurologia. Ano passado, ele editou a seção de neurologia da nova edição do Tratamento de medicina interna veterinária: doenças do cão e do gato, de Ettinger e Feldman, publicado nos Estados Unidos. No mês de outubro, foi publicado um novo livro sobre neurocirurgia veterinária – uma colaboração entre o ACVIM e o ACVS, os colégios americanos de neurologia e cirurgia veterinária, respectivamente –, e o dr. Ronaldo Casimiro da Costa foi um dos autores convidados a colaborar na parte de cirurgia da coluna cervical.
Em 2018, o dr. Ronaldo Casimiro da Costa estará presente em Portugal, nos dias 24 e 25 de fevereiro de 2018, durante o XIV Congresso do Hospital Veterinário Montenegro, no Europarque de Santa Maria da Feira – http://congressohvm.com. Outro evento de grande destaque que contará com sua presença é o Brain Camp 2018, de 21 de julho a 5 de agosto, em Bolonha, na Itália – http://www.ecvn.org.
A Turquia é outro país no qual o dr. Ronaldo Casimiro da Costa ministrará palestras, de 26 a 29 de abril – http://www.klivet2018.org/en.
A Conferência NOR Science, que ocorre nos dias 4 e 5 de abril, em Campinas, SP, também terá a participação do dr. Ronaldo C. da Costa, que fará palestras sobre Localização de lesão e neurodiagnóstico, Distúrbios da cauda equina e Doença do disco intervertebral. Próximo a você, o conhecimento que anda por aí circulando mundo afora!