Guia do CRMV-SP sobre controle de pragas em pontos de venda
Orientações práticas para a prevenção de infestação de insetos em alimentos para cães e gatos – parte da segunda etapa da campanha “Nutrição Responsável”
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), por meio de sua Comissão de Nutrição Animal, lança o material técnico: “Controle de Pragas em Pontos de Venda de Produtos para Animais de Estimação – Guia Prática para o Profissional”.
A iniciativa tem como objetivo conscientizar os tutores quanto à importância da alimentação para a saúde de cães e gatos, trazendo esclarecimentos sobre o fornecimento de alimentos seguros e o respeito à ciência da nutrição.
Na nova etapa da campanha, informações sobre boas práticas no ponto de venda para prevenção da infestação de insetos em alimentos industrializados para animais foram publicadas ao longo do mês de fevereiro nas mídias sociais.
“O guia tem como objetivo instruir os profissionais sobre a prevenção de infestação de insetos-pragas em alimentos para animais, em um material didático, de leitura rápida e aplicação prática”, diz o médico-veterinário e zootecnista, João Paulo Fernandes Santos, membro da Comissão Técnica de Nutrição Animal do CRMV-SP.
A infestação por pragas em alimentos para animais domésticos gera diversos problemas à saúde. “Além de riscos microbiológicos para a saúde, também pode levar os tutores a descontinuar a alimentação completa e balanceada dos animais, por falta de conhecimento e acompanhamento profissional, lançando mão de produtos desbalanceados que podem repercutir em graves problemas nutricionais”, alerta a médica-veterinária Carolina Padovani Pires, que também integra a Comissão.
O guia prático foi elaborado por médicos-veterinários e zootecnistas de áreas como nutrição, qualidade, segurança do alimento e assuntos regulatórios, e também contou com apoio de empresas privadas. Trata-se de um material que abrange as melhores práticas, com informações necessárias para melhorar a gestão e o armazenamento do estoque, visando entregar um produto com a mesma qualidade que o fabricante entrega ao lojista.
Qualidade
A qualidade de um alimento é o resultado da combinação dos ingredientes e sua formulação. Há ainda outros aspectos que influenciam, como origem dos ingredientes, características nutricionais, qualidade das matérias-primas e seus fornecedores, composição e balanceamento da fórmula, métodos e tipos de embalagens utilizados, condições sanitárias e as diversas etapas do processo de fabricação e distribuição.
“Todos estes fatores influenciam diretamente na qualidade do produto. Manter as características organolépticas e a sua característica nutricional, desde a fabricação, passando pelo armazenamento, até chegar ao consumo do pet, atualmente, é um dos grandes desafios da indústria pet food”, afirma Maiara Ribeiro, médica-veterinária que também auxiliou na elaboração do Manual.
Embora a indústria de alimentos para animais de estimação invista muitos recursos para evitar a infestação por pragas durante os processos de fabricação e distribuição, Mariana ressalta que os pontos de venda são um dos locais com mais risco, devido a alguns pontos críticos:
• grande volume de estoque e baixa rotatividade dos produtos;
• falta de boas práticas de armazenamento e de movimentação dos produtos;
• danos nas embalagens e sujeira nas gôndolas ou no estoque que atraem insetos;
• ossos defumados expostos sem embalagem adequada;
• produtos estocados em ambientes quentes e úmidos; e
• ausência de um programa de limpeza e controle de resíduos.
Infestação de insetos
A infestação por insetos é uma das mais comuns reclamações de alteração de produto. Ao se deparar com o relato de um tutor, médicos-veterinários e zootecnistas desempenham papel crucial na orientação. A saúde dos animais é uma responsabilidade compartilhada e questões como essa devem fazer parte das recomendações de cuidado com a nutrição ideal.
É importante destacar que o problema de infestação de insetos pode ser causado por condições inadequadas em cada um dos pontos da cadeia: fábrica, distribuidor, loja e residência dos tutores. “Nesse sentido, a troca de marca do alimento não necessariamente é a solução, já que produtos armazenados de outras empresas, na mesma loja, podem estar contaminados, por exemplo. Além disso, é importante que o tutor esteja atento ao armazenamento e manuseio do produto em sua residência”, recomenda Santos.
O tutor deve ser orientado a revisar os métodos de armazenamento em sua residência, e buscar a loja em que efetuou a compra. “Além disso, os tutores devem contatar a empresa fabricante, para que esta possa tomar as medidas necessárias, revisando seus processos internos, bem como de armazenamento em seus parceiros distribuidores e lojistas, orientando os tutores sobre o armazenamento e manuseio do produto”, ressalta o integrante da Comissão Técnica de Nutrição Animal do CRMV-SP.
Comunicação eficaz
É importante destacar o papel do responsável técnico na proteção ao consumidor e na garantia do bem-estar dos animais. Nos pontos de venda, os profissionais responsáveis técnicos devem fazer o acolhimento e ter clareza dos processos de limpeza e manejo de resíduos e pragas do estabelecimento.
“Os responsáveis técnicos são os guardiões das boas práticas de armazenamento dos produtos no ponto de venda e devem zelar por sua qualidade. Além de garantir as premissas acima descritas, devem manter um canal de comunicação eficaz e assertivo com os tutores quando estes buscam informações na loja”, recomenda Carolina Padovani Pires.
Os fabricantes, por sua vez, têm papel de extrema importância, pois, além de garantirem a qualidade na expedição do produto para os distribuidores/lojistas, apoiam na manutenção desta qualidade, com destaque para a infestação de insetos, além de auxiliarem os profissionais na atualização continuada acerca de temas do setor.
Informações para o tutor
Tanto o lojista quanto o médico-veterinário e o fabricante têm o papel de levar orientações e recomendações ao tutor. O fabricante, por meio da embalagem e de seus canais de atendimento ao consumidor, também deve prover as informações necessárias, incluindo a correta forma de armazenamento do produto.
Com relação à saúde do pet, se ele apresenta alguma alteração clínica após ter ingerido o alimento infestado, pode necessitar do cuidado especial de um médico-veterinário. Entrar em contato com o fabricante e também com a loja onde se efetuou a compra é um passo bastante importante nesse processo, pois pode ajudar o tutor a entender melhor o por que aconteceu a infestação, além de receber uma possível troca para um alimento novo e com qualidade.
Fonte: CRMV-SP
https://crmvsp.gov.br/crmv-sp-lanca-guia-sobre-controle-de-pragas-em-pontos-de-venda/