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Guarda-responsável é chave para reduzir os índices de abandono de pets

CRMV-SP e CCR Nova Dutra promovem campanha educativa

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

8 de jul de 2020


Se já havia uma carência de dados estatísticos oficiais sobre abandono de animais no Brasil, não foi durante uma pandemia que esta lacuna foi suprida. Porém, foi justamente neste cenário de grandes dificuldades sanitárias e socioeconômicas que situações que configuram maus-tratos, desassistência e abandono de cães, gatos e outros animais de estimação passaram a ser constatadas com mais frequência nas ruas, abrigos e entre pessoas e profissionais que realizam resgates.
É preciso compreensão de que os pets requerem cuidados e que, uma vez adotados, eles passam a ser responsabilidade de seus tutores até o fim da vida.
Para contribuir para com a conscientização sobre a guarda-responsável de animais de estimação e o combate ao abandono de pets e seus agravantes neste período de enfrentamento à pandemia provocada pelo novo coronavírus, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP) lança a campanha “Nunca abandone seu melhor amigo!”, em parceria com a concessionária CCR Nova Dutra.
A ação envolve uma campanha digital, uma campanha educativa pela Rádio CCR FM Nova Dutra, a fixação de faixas em pontos estratégicos da Rodovia Presidente Dutra, a disponibilização de conteúdos em cartazes para download e fixação nos estabelecimentos, além de um folder educativo, que também poderá ser baixado em www.crmvsp.gov.br/site/outras_publicacoes.php.
Em todo o mundo, foram várias as notícias de cães e gatos abandonados por suas famílias, devido ao medo de que os animais pudessem ser fontes de transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2), que provoca a Covid-19. “No entanto, não há evidências científicas de que os pets possam transmitir este vírus”, alerta a médica-veterinária Rosangela Ribeiro Gebara, integrante da Comissão Técnica de Bem-estar Animal (CTBEA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Ainda há muita desinformação sobre o assunto e, muitas vezes, reforçada pela circulação de notícias falsas. Além disso, ao receberem a orientação de evitar passear com o animal e de aumentar os cuidados de higiene com o pet, algumas pessoas interpretam, erroneamente, que ele pode transmitir o vírus. “Na verdade, essas recomendações se devem ao fato de que, assim como nós podemos encostar nossas roupas em um local contaminado e trazer o vírus para dentro de casa, o animal pode trazer no pelo ou nas patinhas”, explica Rosangela, esclarecendo que, se for mantida a higiene do pet, assim como a limpeza da casa, das roupas e objetos, a medida de prevenção é efetiva contra a contaminação.
Os fortes impactos financeiros e a mudança nas rotinas e configurações familiares também são fatores que podem ter contribuído para com o índice de abandono.
 
Abandono é crime
Além de uma prática cruel, abandonar um animal é crime, conforme a Lei Federal nº 9.605/98, que estabelece pena de prisão e multa, as quais podem ser aumentadas se o ato resultar na morte do animal. “Em alguns casos, juízes também têm se apoiado na Resolução nº 1236/18, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), para balizar análises de casos”, comenta Rosangela, sobre a norma que elenca definições de crueldade, abuso e maus-tratos contra animais.
Neste sentido, o Guia Prático para Avaliação Inicial de Maus-tratos a Cães e Gatos, lançado pelo CRMV-SP em 2018, também já tem sido matéria de apoio para outras esferas da sociedade, além da classe médica-veterinária.nnNas ruas, cães e gatos ficam vulneráveis a diversos riscos. “Além de passar fome, sede, frio e medo, ficam expostos a doenças e risco de atropelamentos e de sofrerem violência”, argumenta a médica-veterinária.