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Ministério da Saúde emitiu Nota Técnica sobre manejo de animais de companhia clinicamente suspeitos ou expostos à infecção pelo vírus monkeypox

CFMV atualizou médicos-veterinários a respeito dos cuidados e procedimentos

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

8 de out de 2022


Em 23 de julho a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a doença causada pelo vírus Monkeypox é uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Em virtude da gravidade a legislação eleitoral vigente no momento permite a publicação de comunicados nos casos de potenciais prejuízos à sociedade brasileira. Diante do cenário de urgência o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) divulga a Nota Técnica nº 96 do Ministério da Saúde (MS) com as recomendações sobre o manejo de animais de companhia clinicamente suspeitos ou expostos à infecção pelo Monkeypox Vírus. O documento foi enviado às secretarias estaduais de saúde no dia 6 de setembro por meio do Ofício Circular nº 194.

A nota foi elaborada porque em agosto de 2022 o ministério recebeu a notificação de um cão com lesões sugestivas da doença com resultado detectável para Monkeypox Vírus mantendo-se em investigação para verificação da infecção. A ocorrência segundo o MS foi na cidade de Juiz de Fora (MG) e se deu em um filhote de cachorro de cinco meses em convívio no mesmo ambiente com um humano com diagnóstico confirmado para a doença.

O animal teve os primeiros sintomas no dia 13 de agosto com prurido (coceira) lesões e crostas no dorso e pescoço. Como a transmissão do vírus geralmente ocorre pelo contato com as lesões fluídos corporais e gotículas respiratórias de pessoas ou animais infectados os órgãos de saúde do estado e do município recomendaram o isolamento do animal e a desinfecção do ambiente reservado para a quarentena com água sanitária.

As mesmas práticas devem ser adotadas se outros casos forem identificados em animais. Para obter informações sobre medicamentos e tratamentos o indicado é consultar um médico-veterinário.

 

Conduta

A suspeita clínica de Monkeypox em animais deve ser incialmente levantada somente quando houver histórico de contato com um caso humano confirmado para a doença e que adicionalmente eles apresentem lesões como erupções cutâneas tais como:  máculas pápulas pústulas ou vesículas podendo estar acompanhado de letargia falta de apetite tosse secreções ou crostas nasais e/ou oculares.

Em busca de evitar uma possível transmissão entre animais ou do animal para um ser humano recomenda-se separar o animal doente de outros animais e impedir que ele mantenha contato direto com pessoas até a recuperação total das lesões de pele.

Não é recomendado a higienização de animais com a utilização de produtos químicos e deve ser garantida a assistência veterinária de responsabilidade do tutor do animal.

No atendimento de um animal suspeito para Monkeypox recomenda-se ao médico-veterinário:

 

Confira as orientações na Nota Técnica do Ministério da Saúde (https://www.cfmv.gov.br/wp-content/uploads/2022/09/MS-NT96monkeypox.pdf)

 

Não abandone

Assim como o Ministério da Saúde o CFMV reforça a importância da guarda responsável e que os animais expostos à Monkeypox não devem ser abandonados.

Tampouco recomenda-se a eutanásia haja vista ser uma doença viral tratável de baixa letalidade e que terá seu ciclo de infecção por um período.

 

A culpa não é do macaco

O vírus Monkeypox foi descoberto em 1958 e teve origem em roedores silvestres e esquilos no continente africano. No entanto os primeiros casos notificados da doença foram em macacos o que levou à denominação infeliz da doença uma vez que os animais são tão vítimas quantos os humanos.

Apesar de receber a nomenclatura inadequada de varíola dos macacos o atual surto não tem a participação dos animais na transmissão para seres humanos. Pelo contrário até o momento os casos notificados às agências de saúde no mundo foram atribuídos à contaminação por transmissão entre pessoas e agora no Brasil de humano para um animal de companhia.

Para evitar estigmatização ou violência contra os animais a OMS abriu consulta pública para alterar o nome da doença. Atualmente a recomendação é nomear vírus recém-identificados doenças relacionadas e variantes de forma que se evite “ofender qualquer grupo cultural social nacional regional profissional ou étnico” e reduzir qualquer impacto negativo no comércio viagens turismo ou bem-estar animal.

Em carta aberta a Sociedade Brasileira de Primatologia expressou preocupação com a agressão infundada aos macacos causada pela desinformação. De acordo com a entidade “cerca de uma em cada cinco espécies de primatas está ameaçada de extinção”.  O grupo pede proteção aos macacos e reforça o papel dos animais no equilíbrio dos ecossistemas e da biodiversidade.

 

Emergência

A partir do anúncio da OMS elevando o nível de preocupação com a doença e a necessidade de ampliar a capacidade de contenção da sua transmissão ainda em julho o ministério estabeleceu o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Monkeypox.

A estrutura foi ativada como resposta coordenada do Sistema Único de Saúde (SUS) à emergência o que inclui o Plano Nacional de Contingência e os alertas aos profissionais de saúde de rede privada ou pública sobre a notificação obrigatória e imediata de casos suspeitos às autoridades de saúde pública e vigilância em até 24 horas conforme disposto na Portaria GM/MS nº 1.102 de 13 de maio de 2022.

Antes disso em maio a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) já havia ativado a Sala de Situação de Monkeypox para compartilhar documentos técnicos e disseminar com agilidade informações fidedignas sobre medidas de proteção e controle além de monitorar a investigação dos casos.

 

Fonte: Conselho Federal de Medicina Veterinária

(https://www.cfmv.gov.br/recomendacoes-para-o-medico-veterinario-ao-cuidar-de-animal-suspeito-de-monkeypox/comunicacao/noticias/2022/09/08/)