CFMV aprova Plano Nacional de Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais
Enquanto o Pantanal sofre com as queimadas e médicos-veterinários e zootecnistas estão na linha de frente resgatando animais atingidos pelos incêndios, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), aprova o Plano Nacional de Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais para dar suporte à conduta de quem está em campo. O documento, que estará disponível no site do conselho a partir de 5 de outubro, traz orientações para a atuação dos profissionais em cenários dessa natureza, com diretrizes de como conduzir o resgate, a assistência veterinária, a manutenção e a destinação de animais domésticos e silvestres. A Decisão nº 1/2020 foi publicada no Diário Oficial da União de ontem (5).
O anúncio foi feito pelo presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti, em reunião realizada quinta-feira (1º) por videoconferência com os presidentes dos conselhos regionais do Mato Grosso (CRMV-MT), Roberto Renato da Silva, e Mato Grosso do Sul (CRMV-MS), Rodrigo Piva, que acompanham o trabalho das equipes de resgate de animais no Pantanal.
O plano é resultado do Grupo de Trabalho de Desastres em Massa Envolvendo Animais (GTDM) e agora será criada uma comissão permanente para dar continuidade ao trabalho. “Vamos apoiar ações na resposta e na prevenção dos próximos desastres, que geram impactos para a sociedade, com implicações na saúde pública, na economia e no emocional da população atingida, especialmente dos animais que são vulneráveis e pagam muito caro, sejam eles de companhia, de produção ou silvestres”, diz Cavalcanti.
Participaram também da reunião os médicos-veterinários do GT: Laiza Bonela, Ana Liz Bastos, Carla Sássi e Sérvio Reis. Todos trabalharam em ações de perícia ou resgate de fauna em Brumadinho, MG, quando rompeu a barragem de rejeitos de mineração do Córrego do Feijão, em janeiro de 2019, entre outros desastres.
“O fim do trabalho do grupo é só o início de tudo. O plano é um começo, mas cada desastre terá suas peculiaridades e impactos”, afirma Laiza, presidente do GT. Ela alerta ainda que com grandes poderes também chegam grandes responsabilidades, e que agora os médicos-veterinários precisam se preparar para ser convocados. “Queremos capacitar os CRMVs para capilarizar o conhecimento e descentralizar a atuação em ocorrências de desastres, sem a necessidade de deslocar equipes de outros estados”, planeja. Para divulgar as ações, Laiza participa de live no perfil oficial do jornal O Estado de S. Paulo no Instagram (@estadao), nesta terça-feira, dia 6 de outubro, às 18h.
Reis concorda que os profissionais passam a ter um norte, uma regra geral que pode ser aplicada em todos os estados. “É mais segurança para quem vai atuar em campo. Somos a primeira categoria profissional a ter um plano de contingência de condutas em desastres em massa”, afirma.
A medicina veterinária legal e do coletivo permitiram preparar os médicos-veterinários para atuar em desastres, acredita Ana Liz. “O plano é a profissionalização do médico-veterinário na área de resgates, competente e com primazia técnica para atuar com ética”
Fonte: CFMV