2025 será um ano de comemorações, mas os preparativos começam agora!

Menu

Clinica Veterinária

Início Edições Editorial Seguir adiante com otimismo
Editorial

Seguir adiante com otimismo

Editorial 157

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

2 de mar de 2022


A impressão é que estamos fazendo uma espécie de mestrado em crises. Afinal, depois uma pandemia ainda não bem controlada, com suas centenas de milhares de mortos, chega uma guerra para testar nossa resiliência, seja no plano individual, seja nos agregados de que fazemos parte – profissionais, sociais, nacionais e mundiais. São eventos de dimensão global em sucessão e sem descanso, que testam nossa capacidade de entendê-los e equacioná-los, mesmo que minimamente, e de garantir um pouco de tranquilidade a partir de alguma previsão sobre seus desdobramentos.

O fato é que, para a maioria de nós, o futuro nunca se mostrou tão incerto, sem margem para nos prepararmos para as consequências inevitáveis de eventos dotados desse grau de abrangência e desafio, em todas as esferas. Diante dessa tensa indefinição, o que conseguimos enxergar com clareza é justamente o despreparo, em todos os níveis, para o enfrentamento dessas crises. O despreparo de órgãos de saúde, dos governantes, de organizações globais como ONU, Otan e outros grandes mecanismos com poder de intervir, cuja reação tem-se resumido a retaliações, ameaças, envio de armas e até a resgatar a sombra da hecatombe nuclear. Tudo parece seguir apontando para o agravamento das divisões, das radicalizações políticas, econômicas e sociais. E tudo isso é acompanhado pelas narrativas das mídias em sua hipnose digital, que, em vez de esclarecer, criam maior indefinição, destacando apenas as dimensões mais sensacionalistas e apostando no espetáculo midiático. Infelizmente, temos diante de nós um paciente mal diagnosticado, mal medicado, quase abandonado à própria sorte. Em nível local, nacional e planetário.

Nesse mestrado em crises, cabe-nos a tarefa de encontrar no meio do desarranjo geral as brechas por onde poderemos abrir novos caminhos. A guerra não é nenhuma novidade, pois ela nunca cessou de fato após a Segunda Guerra Mundial – ao contrário, a animosidade vem sendo cultivada pela humanidade em todos os níveis. A falta de empatia é talvez o grande e triste fenômeno constante por todos os cantos do planeta. Temos dizimado populações humanas e dos demais animais e plantas por toda a esfera, em favor do capital e do acúmulo de renda. E temos há décadas convivido com toda essa destruição apáticos e empurrando a verdade para baixo do tapete de maneira sistemática.

Ao mesmo tempo não faltam sinais positivos. Ao longo dessas mesmas décadas temos presenciado o empenho e o esforço de profissionais dedicados a curar o planeta e suas diferentes manifestações de vida. Como profissionais da medicina veterinária e agentes de saúde, devemos seguir nossa trilha com coragem e esforço. Aos poucos voltam as aulas, os eventos de agregação do setor, o trabalho sério, as iniciativas para corrigir as falhas cuja solução é mais crucial. Aos poucos, começa a ficar mais claro o que é fake e o que não é, e principalmente que a empatia, o diálogo franco e acolhedor do ponto de vista oposto, e a defesa das boas práticas, do conhecimento e da ciência são as nossas armas para superar este momento. A educação, a boa e incansável educação, é a única pedra sólida na qual poderemos nos apoiar para atravessar essa tormenta e criar um futuro melhor.