Segundo o presidente do congresso, o dr. Sinval P. Brandão Filho (Fundação Oswaldo Cruz, Pernambuco), a realização do 5th World Congress on Leishmaniasis representa uma oportunidade especial para toda a comunidade científica envolvida em estudos sobre leishmaniose, até porque o Brasil é o país que possui provavelmente o maior número de pesquisadores dessa importante doença parasitária e uma extensa comunidade de profissionais envolvidos nos serviços de diagnóstico e controle, entre médicos-veterinários, biólogos, médicos, técnicos de vigilância em saúde etc. Essa força e liderança do país levou a proposta de sediar o evento no Brasil, capitaneada por SBMT, SBPz, SBP e Fiocruz, a ser escolhida pelo conselho do comitê científico internacional e pelos fundadores do Worldleish). “Na proposta que articulamos com uma extensa lista de “leishmaníacos” do Brasil, apresentamos a bucólica praia de Porto de Galinhas como sede do evento, tendo em vista a capacidade hoteleira instalada e por estar sediada no Nordeste, região que apresenta historicamente a maior incidência de ambas as formas de leishmaniose, a visceral e a tegumentar”, destaca o dr. Brandão Filho. “Registramos o recorde em quantidade de trabalhos submetidos, com mais de 1.400 resumos no total. Para se ter uma ideia em relação às edições anteriores, a maior quantidade havia sido registrada na Índia, em 2009, com 729 resumos”, frisa o dr. Brandão Filho.
“Em todas as edições anteriores do Worldleish e nesta próxima, que ocorrerá no Brasil, sempre são apresentados os mais recentes avanços no estado da arte do conhecimento sobre leishmaniose, com aplicações potenciais em diagnóstico, tratamento, profilaxia e controle. O congresso propicia a integração da comunidade científica com os mais diversos profissionais e estudantes envolvidos diretamente com leishmaniose em áreas endêmicas de todo o mundo, possibilitando a atualização de todos no debate intenso e do mais elevado nível científico sobre o temário geral em torno da leishmaniose, em especial sobre o controle dessa doença tão importante quanto negligenciada”, explica o dr. Brandão Filho.
Simpósios satélites
“Os simpósios satélites já se tornaram tradição dentro do Congresso Mundial sobre Leishmaniose. De particular interesse para os médicos-veterinários, esse ano o LeishVet, grupo formado por médicos veterinários especialistas em leishmaniose canina, realizará a segunda edição do Simpósio LeishVet e contará com a presença de pesquisadores de vários países, inclusive do Brasil. Serão discutidos vários aspectos relacionados à leishmaniose canina, como epidemiologia, diagnóstico, tratamento e controle. É uma oportunidade única para os médicos-veterinários e pesquisadores obterem informações atualizadas sobre a doença”, destaca Filipe Dantas-Torres (Fundação Oswaldo Cruz, Recife), membro do comitê científico do congresso.
Políticas públicas
“Serão apresentados trabalhos (pôsteres e comunicações orais) relacionados ao controle da leishmaniose visceral no Brasil. Além disso, a comissão organizadora proporá um simpósio satélite para que pesquisadores e autoridades de saúde pública possam discutir as evidências científicas sobre as atuais medidas de controle e elaborar diretrizes para a modernização do Programa de Controle da Leishmaniose Visceral no Brasil. Esse simpósio satélite será certamente um marco na história da leishmaniose visceral no Brasil, na busca de medidas de controle mais éticas e eficazes dessa doença no país”, informa o dr. Dantas-Torres.
Idioma do Worldleish
“As apresentações orais terão tradução simultânea inglês/português. Porém, é importante enfatizar que, em se tratando de um congresso internacional, a língua oficial é o inglês. Infelizmente, sabemos que apenas que uma pequena parcela da população brasileira domina outra língua além do português, mas, se o Brasil pretende se colocar em uma posição melhor no âmbito da ciência mundial, é fundamental que todos os pesquisadores dominem o inglês, a língua oficial da ciência”, frisa o dr. Dantas-Torres.
Segundo o dr. Brandão Filho, naturalmente, a Espanha deverá manter sua proposta para realizar o próximo congresso. Porém, também há interesse de Portugal e de Bangladesh sediarem o WL6 em 2017. O congresso é realizado a cada quatro anos e sua primeira edição aconteceu em Istambul (Turquia), em 1997, seguida por Creta (Grécia), em 2001, Sicília (Itália), em 2005, e Lucknow (Índia), em 2009.
Simpósio satélite Bayer / LeishVet14 de maio de 2013 – terça-feira
Moderador Gad Baneth, DVM, Ph.D
Temas do simpósio 9h às 11h Introdução– Moderador – 5 minutos Introdução no LeishVet– Lupe and Gad Baneth – 10 minutos Contribuição da Bayer para as doenças tropicais – 5 minutos A abordagem da saúde única para a leishmaniose visceral – Clarisa B. Palatnik-de-Sousa – 20 minutos Genética e respostas imunitárias em cães infectados com Leishmania infantum – Christine Petersen e Lluis Ferrer – 20 minutos Atualização sobre os patomecanismos na leishmaniose canina clínica – Alek Koutinas – 20 minutos Atualização sobre transmissão vetorial da Leishmania infantum e outras modalidades – Filipe Dantas-Torres – 20 minutos Discussão: 20 minutos
11h15 às 13h15 Epidemiologia da leishmaniose canina na região do Mediterrâneo – Patrick Bourdeau – 20 minutos Epidemiologia da leishmaniose canina na América do Sul – Filipe Dantas-Torres – 20 minutos Novas descobertas sobre hospedeiros reservatórios conhecidos e emergentes de Leishmania infantum – Gad Baneth – 20 minutos Surgimento de leishmaniose canina e humana na Argentina – Octavio Esteve – 20 minutos Leishmaniose felina: dez perguntas mais frequentes (FAQ) – MG Pennisi/Laia Solano-Gallego – 20 minutos Atualização sobre o diagnóstico da leishmaniose canina no Velho Mundo – Luis Cardoso and Laia Solano-Gallego – 20 minutos
14h às 16h Atualização sobre o diagnóstico da leishmaniose canina no Novo Mundo (com especial ênfase na perspectiva brasileira) – Vitor Ribeiro – 20 minutos Novas perspectivas sobre a terapia da leishmaniose canina I: tratamentos parasiticidas – Guadalupe Miro – 20 minutos Novas perspectivas sobre a terapia da leishmaniose canina II: tratamento com imunes potenciadores – Lluis Ferrer – 20 minutos A vacinação contra a leishmaniose canina no Brasil – Clarisa B. Palatnik-de-Sousa – 15 minutos Estado actual da vacinação contra a leishmaniose canina na Europa – Gaetano Oliva – 15 minutos Atualização sobre inseticidas para prevenção de leishmaniose canina – Domenico Otranto – 20 minutos Discussão: 10 minutos |