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Aplicativo Vetpain

Avaliação da dor em diversas espécies

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

13 de jan de 2023

Imagem de abertura da Play Store para instalação do aplicativo. https://play.google.com/store/apps/details?id=com.vetpain.app Imagem de abertura da Play Store para instalação do aplicativo. https://play.google.com/store/apps/details?id=com.vetpain.app

O aplicativo Vetpain, indicado para a avaliação da dor, já está disponível gratuitamente. Ele permite que o usuário conheça, por meio de vídeos demonstrativos, quais são os comportamentos de dor de cada espécie animal, como gatos, cães, equinos, jumentos, ovinos, bovinos, suínos, coelhos, ratos e camundongos, e em breve caprinos.

O aplicativo Vetpain originou-se do projeto de pesquisa denominado “Dor e qualidade de vida em animais”, desenvolvido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/Unesp), campus de Botucatu, SP, liderado pelo professor titular Stelio Pacca Loureiro Luna e seu grupo de pesquisa e colaboradores, com o apoio de vários órgãos de pesquisa. Todas as escalas foram desenvolvidas pelo grupo do professor Stelio, com exceção das usadas para camundongos, ratos e cães. 

O aplicativo Vetpain pode ser usado por médicos-veterinários, tratadores e tutores. Usando o aplicativo, pode-se realizar treinamento, por meio de vídeos que explicam cada comportamento de dor, para aprimorar a sua avaliação e mensurá-la. O aplicativo calcula automaticamente a pontuação de dor do animal avaliado e recomenda ou não o tratamento com analgésicos.

Já é possível baixar o aplicativo na play store. O desenvolvimento do aplicativo para usuários de iPhone ainda não está finalizado. Contudo, o site animalpain.org permite a utilização das mesmas funções.

O professor Stelio nos explicou outros detalhes a respeito do projeto.

 

 

Clínica Veterinária (CV): Como surgiu a ideia de desenvolver o aplicativo?

Stelio Luna (SL): O aplicativo foi a extensão do site animalpain.org que já existe há alguns anos para popularizar e facilitar a avaliação da dor em animais. O diferencial é que o aplicativo é um pouco mais simples que o site, e o nosso objetivo é que não apenas médicos-veterinários avaliem a dor em seus pacientes, mas também os tutores e cuidadores de animais. Como o aplicativo é muito fácil de usar e dispõe de vídeos que demonstram cada item dos comportamentos que compõem as escalas, os usuários podem aprender a avaliar a dor não apenas em animais como cães, gatos e coelhos, mas também em fazendas, nos animais de produção (ovinos, bovinos, suínos e em breve caprinos) e equídeos (equinos e asininos), e em animais de laboratório (coelhos, ratos e camundongos) em estabelecimentos de pesquisa. No caso de dor crônica, como o tutor é responsável pela avaliação da dor, também há escalas disponíveis para a avaliação de osteoartrose em cães; em breve lançaremos uma escala para avaliar a dor crônica em gatos.

 

CV: Quando foi iniciado o projeto?

SL: Por ter sido professor de anestesiologia veterinária desde 1987, dediquei-me à área de avaliação e tratamento da dor desde o início da minha carreira, mas foi a partir de 1998 que iniciamos o primeiro projeto focado na avaliação clínica da dor em cães; em 2007 vieram os gatos, seguidos de todas as outras espécies de animais domésticos. O primeiro site foi desenvolvido em 2013, e, com o advento da inclusão das outras espécies, ele foi sendo atualizado, quando surgiu a ideia do aplicativo, cujo desenvolvimento começou em março de 2021.

 

CV: Quem desenvolveu as escalas para camundongos, ratos e cães?

SL: Todas as escalas das espécies domésticas e de produção, exceto as citadas na pergunta, foram desenvolvidas pelo nosso grupo de pesquisa, sob minha coordenação, e envolveu mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos, bem como professores e pesquisadores de outros locais do mundo. As escalas de ratos e camundongos foram desenvolvidas na Universidade McGill, de Montreal, pelo grupo de Jeffrey Mogil, e a de ratos foi validada pelo grupo de Daniel Pang, da Universidade de Calgary, ambos do Canadá. Há três escalas de cães validadas na literatura: a de Glasgow, que ainda não consta no aplicativo; as que constam são a da Universidade de Melbourne, Austrália (Firth & Haldane, 1999) e a 4AVet (Rialland et al., 2012), da Associação Francesa de Veterinários para Animais de Companhia (AFVAC), gentilmente cedidas para inclusão no aplicativo.

 

CV: Que instituições e grupos de pesquisa estão envolvidos no projeto?

SL: Na América do Norte, as Universidades da Pensilvânia, EUA (Bernd Driessen); da Carolina do Norte, EUA (Monique Pairis-Garcia); a Estadual de Iowa, EUA (Joy Tseng); e a de Montreal, Canadá (Paulo Steagall e Beatriz Monteiro). Na Europa, as Universidades de Bristol (Joanna Murrell e Polly Taylor); a de Newcastle (Matthew Leach) e Nottingham, Inglaterra (Kate White); a de Edimburgo, Escócia (Miguel Gozalo-Marcilla); a de Ghent, Bélgica (Stijn Schauvliege); a de Perúgia, Itália (Giorgia Della Rocca); e a de Zurique, Suíça (Peter Kronen). Na América do Sul, a Universidade de Montevidéu, Uruguai (Nadia Crosignani Outeda); e, na Ásia, a Universidade de Gakuen, Japão (Kazuto Yamashita). No Brasil, a Universidade Estadual do Paraná; a de Londrina (Lídia Matsubara); a de Umuarama (Marilda Taffarel); a FZEA/USP-Pirassununga, (Adriano Carregaro); a Federal de Salvador (Alice Oliveira); a Federal de Goiás, Jataí (Flávia Oliveira); a Federal de Campina Grande, Patos, PB (Pedro Isidro Nóbrega Neto e Ana Lucélia de Araújo); a Federal do Semi-Árido (Ufersa) de Mossoró, RN (Valéria Veras e Paula e Maria Gláucia Oliveira); e o Instituto de Zootecnia de Nova Odessa, SP (Jackson Amaral). Adicionalmente, participaram Pedro Trindade (FMVZ/Unesp), Mariana Fonseca (FM/Unesp), Rubia Tomacheuski e Renata Haddad Pinho (FMB/Unesp), Nuno Silva (FMVZ/Unesp-Botucatu), Paula Rocha (FMB/Unesp-Botucatu), Maíra Belli (FMB/Unesp-Botucatu), Mayara Lima (FMB-Unesp-Botucatu), Lívia Ramos (FMB/Unesp-Botucatu) e Caroline Maia.

 

CV: O aplicativo para iPhones está sendo desenvolvido? Existe uma previsão para que fique pronto?

SL: O aplicativo para o Iphone é o mesmo, porém o trâmite para implantação no sistema IOS da Apple é mais demorado, mas já está encaminhado. Quem tem iPhone pode acessar o site animalpain.org pois apresenta as mesmas funcionalidades.

 

CV: Que parceiros têm sido fundamentais para o projeto?

SL: Somos profundamente gratos à Fapesp, ao CNPq, à Capes, à Zoetis e ao Instituto Bioethicus pelo apoio financeiro e logístico que viabilizou a execução desse projeto, que contribuirá para aliviar o sofrimento e para o bem-estar dos animais. Todas os estudos apresentados foram aprovados pelas Comissões de Ética no Uso de Animais (Ceuas) das instituições em que foram realizados e estão de acordo com as leis e princípios éticos do uso de animais de cada país.

 

Disponível para Android na Play Store:

https://play.google.com/store/apps/details?id=com.vetpain.app