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Editorial

Solidariedade

Editorial 146

Matéria escrita por:

Maria Angela Sanches Fessel

6 de maio de 2020


O momento atual é uma grande oportunidade para prestarmos atenção e refletirmos a respeito de como queremos viver daqui em diante, de que mundo queremos criar e deixar para as próximas gerações.

O tempo de contemporizar acabou. O coronavírus está aí para nos dizimar e ressaltar nossa fragilidade.

Se pudermos aproveitar essa oportunidade para criar novas relações sociais, pessoais, econômicas e artísticas, baseadas no respeito e na união das forças, na beleza, na compaixão e na inclusão, poderemos sair da atual desgraça que desola nossa espécie e enfrentar com mais competência, e mais fortes, as próximas que seguramente virão.

Os descaminhos que as nações e seus governantes têm seguido há milênios estão em cheque, e somente os capazes de amor, de compaixão, de desapego, de honestidade e de clareza sobrevirerão.

A raiva e o desejo de eliminar quem não pensa da mesma forma, a ausência de empatia e a vaidade de se achar melhor que o outro, a arrogância e a incapacidade de perdoar vêm levando nossa espécie a destruir o planeta com guerras e outras atrocidades, e ainda há muitos que acreditam que matar os demais é a solução.

Todas essas ações e destruições estão sendo postas em cheque com essa pandemia. Por todo o globo, vemos a natureza reocupando espaços dos quais os seres humanos se consideravam donos. Isso nos mostra que, se fôssemos dizimados, a vida no planeta sobreviveria facilmente – e sem saudades de nós.

Estamos no momento de uma grande mudança, em que podemos reconstruir a vida em todas as suas manifestações ou aniquilá-la completamente.

Então, como continuar no planeta sem destruí-lo, sem extinguir as demais formas de vida, sem dizimar outros seres humanos?

O primeiro passo é a reformulação do nosso universo particular, da nossa visão das coisas. É imprescindível fazer uma reavaliação objetiva e uma série de ajustes imediatos de todas as nossas concepções, de nossas atividades e de nossas expectativas.

A partir de agora, teremos que reestruturar internamente os valores, começando pelo respeito, pela compaixão, pela gratidão e, principalmente, pela solidariedade – valores cruciais para que possamos superar os momentos extremamente complexos e difíceis que estamos vivendo.