2025 será um ano de comemorações, mas os preparativos começam agora!

Menu

Clinica Veterinária

Início Opinião MVColetivo Distribuição de pessoas com características de transtorno de acumulação de animais em Curitiba, Paraná, Brasil
MVColetivo

Distribuição de pessoas com características de transtorno de acumulação de animais em Curitiba, Paraná, Brasil

Estudo aborda perfil dos acumuladores, aspectos envolvidos e impacto desse problema social na saúde das pessoas, dos animais e do ambiente

O combate a maus-tratos, ao abandono e à propagação de zoonoses, bem como o auxílio a animais errantes e domiciliados de indivíduos com característica de acumulação fazem parte das ações da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) de Curitiba, por meio de sua Rede de Proteção Animal. Créditos: Jéssica Moreira de Paula O combate a maus-tratos, ao abandono e à propagação de zoonoses, bem como o auxílio a animais errantes e domiciliados de indivíduos com característica de acumulação fazem parte das ações da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) de Curitiba, por meio de sua Rede de Proteção Animal. Créditos: Jéssica Moreira de Paula

Introdução

O transtorno de acumulação de objetos e/ou animais está classificado no Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-5, descrito como dificuldade e sofrimento em se desfazer de itens e/ou animais, por mais que não haja espaço e condições disponíveis para mantê-los, condição essa que acaba afetando o funcionamento da vida da pessoa 1,2,3,4.

O desenvolvimento do transtorno de acumulação é multifatorial e pode estar associado a eventos traumáticos na vida do indivíduo, como, por exemplo, a perda de um ente querido ou problemas familiares; pode acometer tanto homens quanto mulheres de qualquer faixa etária ou condição socioeconômica 5,6,7. A pessoa com esse transtorno muitas vezes perde o contato e o apoio dos familiares. Isso pode ocorrer devido ao apego aos objetos e/ou animais, resultando em isolamento do indivíduo por temer que alguém os retire da sua guarda, mesmo que suas condições de vida estejam afetadas 1,5,6.

Devido ao impacto negativo para o indivíduo e a comunidade que o rodeia no meio social, sanitário e ambiental, a acumulação de animais e/ou objetos é um problema de saúde pública, pois a abordagem precisa ser realizada de forma multissetorial, levando em consideração os pilares da saúde única (humana, animal e ambiental) 3,4,8. Sob a óptica da saúde única, temos: a saúde da pessoa, a saúde dos animais que estão envolvidos direta ou indiretamente e a saúde ambiental, que envolve tanto o local onde o indivíduo com características de acumulação mora como também a comunidade que vive ao seu redor 3. Em situações de acumulação de animais, a saúde única pode estar completamente prejudicada, devido a doenças zoonóticas, danos ambientais e problemas sociais graves.

As pessoas com características de acumulação têm maiores chances de contrair doenças de caráter zoonótico, devido à alta exposição a patógenos, a status imunológico e a condições higiênico-sanitárias precárias. Além disso, os danos ambientais causados por acúmulo de objetos, material orgânico e superlotação de animais favorecem a disseminação de doenças ocasionadas por animais da fauna sinantrópica. Ratazanas, possíveis transmissores de leptospirose, animais peçonhentos, mosquitos da dengue, dentre outros animais, podem ocasionar danos importantes para a saúde da população local 3,9,10,11.

Assim, o objetivo deste estudo foi traçar o perfil de pessoas com características de acumulação, relatar a quantidade total de animais que estão sob seus cuidados, comparar a proporção entre os sexos dos indivíduos e georreferenciar os casos, analisando a distribuição por regionais no município de Curitiba, Paraná, Brasil.

 

Medicina Veterinária do Coletivo e o município de Curitiba, PR

A cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná, cuja população é estimada em 1.963.726 de habitantes, tem 75 bairros separados em 10 regionais: Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Cidade Industrial (CIC), Cajuru, Portão, Matriz, Pinheirinho, Santa Felicidade e Tatuquara 12. As regionais funcionam como formas operacionais descentralizadas com funções de integração, controle das atividades culturais e de saúde 13.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) da Prefeitura Municipal de Curitiba tem um setor nomeado como Rede de Proteção Animal (RPA). O seu objetivo principal é estabelecer medidas de atuação na conservação ambiental, com foco na defesa e proteção da fauna e no controle populacional de cães e gatos, visando atingir o equilíbrio ambiental e a convivência harmoniosa dos cidadãos com os animais. O órgão fiscaliza, monitora e aplica ações para o combate a maus-tratos, abandono e propagação de zoonoses. Além disso, presta auxílio aos animais dos moradores em situação de vulnerabilidade, como, por exemplo, os casos de superpopulação de cães e gatos errantes e domiciliados de indivíduos com característica de acumulação.

As fiscalizações acontecem de acordo com as denúncias ou solicitações da população, que podem ser realizadas pela Central de Atendimento 156 (canal próprio da Prefeitura de Curitiba), pelo Ministério Público, pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e pela Fundação de Ação Social (FAS), dentre outros órgãos públicos. Quando a descrição da denúncia é de acúmulo/superpopulação de cães e/ou gatos, ela é encaminhada aos médicos-veterinários do setor para que se verifique a situação.

 

Acompanhamento dos casos

O local em que o indivíduo reside recebe visitas periódicas com o objetivo principal de avaliar condições de bem-estar humano e animal, contabilizar o número total de animais presentes no local e indicar as quantidades de animais castrados e não castrados. A verificação e o monitoramento de pessoas com características de acúmulo é o fator-chave para medidas preventivas e de controle populacional de cães e gatos de forma eficiente 14.

No momento da vistoria, um questionário-padrão é aplicado pelo médico-veterinário atuante na ação. Também se realizam exames físicos para saber quais dos animais não estão castrados e se estão aptos ao procedimento. A partir disso, os cães e gatos são incluídos no programa de esterilização da Rede de Proteção Animal. A saúde dos animais também é alvo de medidas preventivas, realizando-se a vacinação, a vermifugação e a aplicação de antipulgas nos cães e gatos.

 

Distribuição e análise dos casos de acumulação em Curitiba

As análises quantitativas dos casos e as prevalências foram compiladas e calculadas por meio do programa Epi Info® 7.2.5.0 (CDC, Atlanta, EUA). Os locais dos casos de pessoas com características do transtorno de acumulação foram plotados, e os mapas de distribuição foram confeccionados utilizando-se o sistema de informações geográficas Quantum GIS 2.18.9 (GNU, Boston, MA, EUA).

Os dados utilizados neste estudo são uma compilação dos registros de diversos órgãos armazenados pela Prefeitura Municipal de Curitiba entre os anos de 2012 a 2021. As informações são referentes a indivíduos com características de acumulação de animais, e ao todo foram compilados dados de 242 indivíduos, sendo 54 homens e 188 mulheres, registrados no setor da Rede de Proteção Animal (RPA). Essas pessoas estão distribuídas nas dez regionais da cidade (Figuras 1 e 2).

 

Figura 1 – Distribuição de homens e mulheres com características de acumulação em relação às regionais no município de Curitiba, Paraná, Brasil

­

Figura 2 – Distribuição de mulheres (mapa da esquerda) e homens (mapa da direita) com características de acumulação em relação às regionais no município de Curitiba, Paraná, Brasil

 

São 6.548 animais que estão sob os cuidados dos 242 indivíduos com características de acumulação, sendo que 5.472 (83,5%) dos animais estão sob os cuidados de mulheres, e os outros 1.076 (16,5%) sob os cuidados de homens. O resultado obtido era o esperado, considerando que no estudo existem mais mulheres do que homens. Dado o elevado número de animais nessa situação, o seu acompanhamento no âmbito veterinário proporciona uma relação melhor e a criação de um vínculo de confiança com os indivíduos que recebem a assistência da equipe, facilitando a atuação dos demais profissionais 15.

Analisando o banco de dados, verificou-se que o percentual de mulheres é de 77,6% em relação ao de homens, de 22,3%. Nessa distribuição em relação ao sexo, pode-se observar que o número total de mulheres é sempre superior em relação ao dos homens, sendo essa diferença ainda mais expressiva na Regional Boa Vista (Figura 3).

 

Figura 3 – Gráfico apresentando a porcentagem de homens e mulheres por regional em relação ao total de pessoas com características de acumulação de animais em Curitiba, Paraná, Brasil

 

A Regional Boa Vista, composta por 12 bairros, está localizada ao norte da cidade e é a que tem maior número de mulheres com características de acumulação, apresentando 34/188 (18%) mulheres em relação aos homens – 7/54 (13%) – dessa região (Figura 4). Tanto na Regional Boa Vista como nas demais regionais foram observados mais casos de mulheres do que de homens. Esses resultados corroboram estudos epidemiológicos prévios do perfil e dos tipos de pessoas com características de acumulação, os quais explicam que esses casos envolvem principalmente mulheres idosas, normalmente solteiras, divorciadas ou viúvas e que vivem sozinhas. Além de situações como essas, mulheres incapacitadas, aposentadas ou desempregadas e com baixa qualidade de vida também tendem a apresentar tais características 4,16,17,18.

 

Regionais

Nº. de homens/total

(%)

Nº. de mulheres/total

(%)

Total

Bairro Novo

2/54

4

12/188

6 14

Boa Vista

7/54

13

34/188

18 41

Boqueirão

4/54

7

26/188

14 30

Cajuru

10/54

19

24/188

13 34

CIC

3/54

6

19/188

10 22

Fazendinha/Portão

8/54

15

14/188

7 22

Matriz

9/54

17

12/188

6 21

Pinheirinho

5/54

9

17/188

9 22

Santa Felicidade

4/54

7

24/188

13 28

Tatuquara

2/54

4

6/188

3 8

Total

54

100

188

100 242

 

Em comparação com as outras, a Regional Cajuru é composta por seis bairros e está localizada na Região Leste da cidade. Essa regional foi a que apresentou mais casos de pessoas do sexo masculino (10/54; 19%). Já a Regional Matriz, composta por 18 bairros, incluindo o Centro da cidade, foi a que apresentou uma menor discrepância entre a proporção de homens (42%) e mulheres (58%).

A Regional Tatuquara é composta por três bairros e está localizada no Extremo Sul da cidade. Foi a que apresentou menos casos, com 6/188 (3%) das mulheres e 2/54 (4%) dos homens. No entanto, não se pode descartar a possibilidade de que no futuro venha a apresentar um aumento do número de denúncias a respeito de pessoas com características de acumulação, por ser uma regional relativamente nova e que ainda está estruturando os bairros. A baixa quantidade de denúncias não significa necessariamente que não existam mais casos de acumulação de animais, pois pode haver subnotificação, seja por falta de conhecimento da população sobre essa problemática, pela baixa conscientização sobre bem-estar animal ou pela falta de conhecimento sobre o serviço prestado pela Prefeitura nesses casos. Vale ressaltar que nesse estudo não foram avaliadas questões socioeconômicas, faixa etária e se há uma rede de apoio dessas pessoas (familiares). Tais informações podem ser necessárias para obter mais dados para estudos futuros.

As medidas de intervenção nessas situações de vulnerabilidade social e de distúrbio psíquico devem ser acompanhadas por uma equipe multiprofissional composta por médicos-veterinários, psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, entre outros, para melhor amparo nas questões de saúde pública, saúde mental dos indivíduos e assistência social, e também para controle populacional eficaz dos animais, com base nos conceitos estabelecidos de saúde única para a aplicação de um protocolo eficiente 6,19,20,21. As ações interdisciplinares sob o conceito da saúde única são indispensáveis contra os danos sociais e ambientais em casos de situações de acumulação. É importante salientar que estudos do local, dos níveis de vulnerabilidade social e do índice econômico podem ser necessários para uma avaliação mais completa. As situações, portanto, devem ser estudadas de maneira específica, respeitando o perfil de cada caso para determinar a melhor estratégia de ação, a fim de reduzir riscos e melhorar as situações de vulnerabilidade das pessoas, dos animais e do ambiente envolvido.

 

 

Ações interdisciplinares sob o conceito da saúde única são indispensáveis para conter os danos sociais e ambientais, bem como os de bem-estar animal em casos de situações de acumulação, nas quais os níveis de vulnerabilidade social e do índice econômico podem representar um papel importante e acarretar em grande sofrimento e doenças aos animais envolvidos. Créditos: Jéssica Moreira de Paula

 

Considerações finais

Observou-se neste estudo que todas as regionais de Curitiba têm a presença de pelo menos um indivíduo com característica de transtorno de acumulação. Reconhecendo a complexidade dessa situação, existe grande demanda de profissionais capacitados para trabalhar em conjunto e encontrar uma forma eficiente de melhorar a condição de vida tanto para as pessoas como para os animais envolvidos. Observando esses dados, foi possível perceber a importância da realização de mais estudos sobre o tema dentro do município. Por se tratar de uma questão de saúde pública, é imprescindível acompanhar e monitorar a situação de cada caso.

 

Referências

01-AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders – DSM-5. 5. ed. Washington: American Psychiatric Publishing, 2013. 991 p. ISBN: 978-0890425541. 

02-CATH, D. C. ; NIZAR, K. ; BOOMSMA, D. ; MATHEWS, C. A. Age-specific prevalence of hoarding and obsessive compulsive disorder: a population-based study. The American Journal of Geriatric Psychiatry, v. 25, n. 3, p. 245-255, 2017. doi: 10.1016/j.jagp.2016.11.006. 

03-CUNHA, G. R. ; BIONDO, A. W. Acumulação de animais. In: GARCIA, R. C. M. ; CALDERÓN, N. ; BRANDESPIM, D. F. Medicina veterinária do coletivo: fundamentos e práticas. 1. ed. São Paulo: Integrativa Vet, 2019. p. 172-178. ISBN: 978-6580244003.

04-GALDIOLI, L. ; SANTOS, T. A. ; GARCIA, R. C. M. Acumuladores de animais e/ou objetos – práticas interdisciplinares e intersetoriais, Clínica Veterinária, ano XXV, n. 147, p. 14-21, 2020. ISSN: 1413-571X.

05-GRISHAM, J. R. ; NORBERG, M. M. Compulsive hoarding: current controversies and new directions. Dialogues in Clinical Neuroscience, v. 12, n. 2, p. 233-240, 2010. doi: 10.31887/DCNS.2010.12.2/jgrisham.

06-SCHMIDT, D. R. ; DELLA MÉA, C. P. ; WAGNER, M. F. Transtorno da acumulação: características clínicas e epidemiológicas. Revista CES Psicologia, v. 7, n. 2, p. 27-43, 2014. ISSN: 2011-3080. 

07-NAKAO, T. ; KANBA, S. Pathophysiology and treatment of hoarding disorder. Psychiartry and Clinical Neurosciences, v. 73, n. 7, p. 370-375, 2019. doi: 10.1111/pcn.12853.

08-CUNHA, G. R. ; GARCIA, R. C. M. ; BIONDO, A. W. Acumuladores de animais (Animal hoarders). Clínica Veterinária, ano XVII, n. 101, p. 32-33, 2012. ISSN: 1413-571X.

09-REINISCH, A. I. Understanding the human aspects of animal hoarding. The Canadian Veterinary Journal, v. 49, n. 12, p. 1211-1214, 2008.

10-D’ANGELO, D. ; CIANI, F. ; ZACCHERINI, A.  TAFURI, S. ; AVALLONE, L. ; D’INGEO, S. ; QUARANTA, A. Human-animal relationship dysfunction: a case study of animal hoarding in Italy. Animals, v. 10, n. 9. p. 1501, 2020. doi: 10.3390/ani10091501.

11-FARINHAS, J. H. ; MOURA, R. R. ; KMETIUK, L. B. ; CUNHA, G. R. ; BIONDO, A. W. Indivíduos com comportamento de acumulação e a Saúde Única. Clínica Veterinária, ano XXVI, n. 153, p. 30, 2021. ISSN: 1413-571X.

12-CURITIBA. Perfil da cidade de Curitiba. Prefeitura Municipal de Curitiba, 2022. Disponível em: <https://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/perfil-da-cidade-de-curitiba/174>. Acesso em 27 de outubro de 2022.

13-INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Curitiba: população estimada em 2021. Curitiba, 2022. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/curitiba/panorama>. Acesso em 27 de outubro de 2022.

14-ANDRADE, A. F. S. ;  BUQUERA, L. E. C. ;  DANTAS, E. F. ; OLIVEIRA, M. K. ; TRAJANO, S. C. Cães e gatos – controle populacional por meio de esterilização cirúrgica e posse responsável. Centro de Ciências Agrárias/Departamento de Ciências Veterinárias/PROBEX 2012. 2012.

15-SILVA Jr., A. B. ; OLIVEIRA, C. S. F. ; SOARES, D. F. M. ; GOMES, L. B. ; XAULIM, G. M. D. R.  TEOTÔNIO, H. C. ; PAIVA, M. T. Transtorno de acumulação de animais: identificação, classificação e possíveis medidas a serem tomadas. Revista V & Z, ano XXXIX, v. 143, p. 24-28, 2019.

16-PATRONEK, G. J. Hoarding of animals: an under-recognized public health problem in a difficult-to-study population. Public Health Reports, v. 114, n. 1, p. 81-87, 1999. doi:

10.1093/phr/114.1.81.

17-BERRY, C. ; PATRONEK, G. J. ; LOCKWOOD, R. Long-term outcomes in animal hoarding cases. Animal Law, v. 11, p. 167-194, 2005. Disponível em: <https://www.animallaw.info/sites/default/files/vol11_p167.pdf>. Acesso em 27 de outubro de 2022.

18-GRISHAM, J. R. ; FROST, R. O. ; STEKETEE, G. ; KIM, H. J. ; HOOD, S. Age of onset of compulsive hoarding. Journal of Anxiety Disorders, v. 20, n. 5, p. 675-686, 2006. doi: 10.1016/j.janxdis.2005.07.004.

19-PFUETZENREITER, M. R. ; ZYLBERSZTAJN, A. ; AVILA-PIRES, F. D. Evolução histórica da medicina veterinária preventiva e saúde pública. Ciência Rural, v. 34, n. 5, p. 1661-1668, 2004. doi: 10.1590/S0103-84782004000500055.

20-PATRONEK, G. J. ; LOAR, L. ; NATHANSON, J. N. Animal hoarding: structuring interdisciplinary responses to help people, animals and communities at risk. Madison: Hoarding of Animals Research Consortium, 2006. 50 p.

21-PATRONEK, G. J. ; WEISS, K. J. Animal hoarding: a neglected problem at the intersection of psychiatry, veterinary medicine, and law. Findings from the Henderson house workgroup. Massachutts: Tufts University, 2012.