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Worldleish5 – Tratar ou matar cães com LVC?

A realidade brasileira vista e criticada pela comunidade científica internacional durante o Worldleish5

Matéria escrita por:

Clínica Veterinária

2 de jul de 2013


“O Worldleish5, que ocorreu de 13 a 17 de maio em Porto de Galinhas, PE, atendeu a todas as nossas expectativas, com o eleva do nível do conteúdo científico apresentado e discutido no programa geral e a quantidade recorde de participantes, com quase 1.400 inscritos oriundos de 50 países de todos os continentes”, destacou o dr. Sinval Pinto Brandão Filho, membro do comitê organizador. O dr. Filipe Dantas-Torres, membro do comitê organizador e do Brasileish, destacou também que “o nível geral dos estudos apresentados no congresso foi bastante elevado, graças à participação massiva de pesquisadores renomados de vários países e ao enorme esforço dos membros da comissão científica no intuito de selecionar os melhores trabalhos”. ­

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Porto de Galinhas, PE, local da realização do Worldleish5

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“O momento é extremamente oportuno: contamos com a pressão internacional, com o Judiciário Brasileiro e com a mobilização social para não mais aceitar a política imposta pelo governo sobre o controle da leishmaniose no Brasil”. Esta frase, que resume bem o cenário atual da leishmaniose visceral no Brasil, encerra o artigo A portaria caiu, e agora?, publicado na ANDA, Agência de Notícias de Direitos Animais, após a realização do Worldleish5 – http://www.anda.jor.br/14/06/2013/a-portaria-caiu-e-agora . O artigo é de Antoniana Ottoni, com a colaboração do dr. Paulo Tabanez, médico-veterinário infectologista e diretor do Hospital Veterinário Pronto – vet, de Brasília, DF, e membro fundador do Brasileish.

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Congressistas lotaram a sala e muitos assistiram em pé às apresentações feitas para o tema “Tratar ou matar: qual direção deve a sociedade (e os cães) seguir?” Os aplausos fervorosos durante a apresentação do presidente do Brasileish mostraram que há muita esperança em mudanças nas políticas de saúde. Durante debate com participação de representantes do governo ficou clara a falta de evidências para o abate canino e que não há motivo para que os cães não sejam cuidados pelos médicos-veterinários e seus donos

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Revisões sistemáticas da literatura mundial sobre o assunto apontam que a eutanásia como forma de controle da doença não é eficaz e, muito menos, aceitável. Vários pontos contribuem para isto: baixa acurácia dos testes sorológicos (falso-positivos e falso-negativos), longo tempo entre a realização do exame e a remoção do animal, alto percentual de animais assintomáticos, o fato de o cão não ser o único reservatório, baixa adesão do tutor devido ao aspecto emocional envolvido na relação tutor-cão (o animal não é entregue a eutanásia), fuga dos tutores para outras áreas, tratamento indevido (uso de drogas ilícitas e sem critério médico veterinário), alta taxa de reposição dos animais que são eutanasiados e não educação da população para métodos preventivos (vacinação, uso de repelentes, cuidados com o ambiente etc).

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Detalhes do novo teste adotado pelo Ministério da Saúde, o DPP (Dual Path Platform), que utiliza a tecnologia de imunoensaio cromatográfico http://www.bio.fiocruz.br. As setas preta e vermelha indicam como aparecem os resultados (negativo ou positivo). Apesar da sua praticidade, recebeu críticas durante o congresso, focadas na ocorrência de resultados falsos-negativos

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Por motivos como esses e a grande esperança de mudanças, o tema “Tratar ou Matar: Qual Direção Deve a Sociedade (e os Cães) Seguir?” gerou grande interesse no público que lotou a sala para assistir às apresentações dos quatro debatedores: Vera Camargo e Francisco Edilson, pelo lado governamental; e Vitor Márcio Ribeiro, presidente do Brasileish, e Marco Ciampi, pela ONG Arca Brasil, defendendo uma mudança no qua dro atual brasileiro, focando-se na campanha “Prevenção É a Única Solução – http://www.ocaonaoeovilao.org.br/ .    

 

Há décadas o tratamento canino da leishmaniose visceral vem evoluindo. Em 2009, nos anais do Worldleish4, realizado na Índia, consta o trabalho desenvolvido em Belo Horizonte pelo dr. Vitor Márcio Ribeiro: IMMUNOTHERAPY WITH LEISHMUNE® IN DOGS NATURALLY INFECTED WITH L. INFANTUM – http://goo.gl/aXYJl .

A edição 71 da revista Clínica Veterinária foi especialmente dedicada ao tema da leishmaniose  https://www.revistaclinicaveterinaria.com.br/edicao/edicao-71/

Este ano, trabalho semelhante também foi apresentado, mas com outra vacina, a Leishtec®.

Os últimos avanços na prevenção da leishmaniose canina podem ser conferidos em: http://download.cell.com/trends/parasitology/pdf/PIIS1471492213000755.pdf?intermediate=true

 

LeishVet guidelines for the practical management of canine leishmaniosis

http://www.parasitesandvectors.com/content/4/1/86

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Segundo o dr. Filipe Dantas-Torres, membro do comitê organizador do Worldleish5 e do Brasileish, “o congresso foi particularmente importante para países como o Brasil, onde medidas de controle como a eutanásia de cães ainda continuam a ser praticadas”. Destacou também que “as evidências científicas irrefutavelmente demonstram que o uso de repelentes e a vacinação são as estratégias mais eficazes disponíveis atualmente para o controle da LVC”.

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Os três volumes dos Abstracts do congresso podem ser encontrados nos endereços:

http://goo.gl/HibNB

http://goo.gl/jp5Su

http://goo.gl/tXJdf

 

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Este ano, o dr. Vitor Márcio Ribeiro, presidente do Brasileish, voltou a publicar sobre imunoterapia: Evaluation of immunotherapy assessment Leishtec® associated with allopurinol in dogs naturally infected by Leishmania infantum – preliminary results. No congresso anterior publicou Immunotherapy with Leishmune® in dogs naturally infected with L. infantumhttp://goo.gl/aXYJl