Todos nós sabemos que um negócio só faz sentido se tivermos clientes interessados em comprar nossos produtos ou pagar por nossos serviços. E sabemos também que as coisas melhoram muito quando conseguimos fidelizar e ampliar a clientela, que é o que enfatizam todos os planos de gestão de negócios.
Mas vale a pena fazer uma reflexão: o que será que estamos oferecendo realmente aos nossos clientes? E qual é a percepção que eles têm daquilo que estamos entregando?
O mais habitual é dar maior atenção aos aspectos mais facilmente captados por nossos sentidos, até porque são elementos com características mais mensuráveis, como a qualidade, a beleza, o design, a pontualidade, o preço, o valor, a solução que o produto proporciona e assim por diante. São o que chamamos de valores tangíveis da entrega. Mas será que eles são suficientes para conquistar a satisfação plena e a fidelização dos clientes?
Atualmente as pesquisas têm revelado que a satisfação plena dos clientes requer um fator básico: criar também a alegria e a felicidade. E para tanto é necessário gerar e entregar algo além do visual e do concreto. É o que chamamos de valores intangíveis.
Dentre os valores intangíveis incluem-se certas atitudes que podem acompanhar a entrega de nossos produtos e serviços e que têm o poder de alterar radicalmente a relação que mantemos com nossos clientes: o amor, a gratidão, os sorrisos, a harmonia, a serenidade e os elogios, entre outros. Ou seja, podemos entregar também, junto com os valores tangíveis, sentimentos e vibrações positivos.
Alguns estudos têm revelado que todos emanamos e atraímos aquilo que estamos realmente sentindo, e não apenas o que estamos pensando. Assim, ao entregar sentimentos positivos junto com nossos produtos e serviços, atrairemos clientes que estarão nessa mesma sintonia, isto é, que também vibrarão na frequência da alegria e da felicidade.
O contrário também é verdadeiro: ao entregar algo com sentimentos negativos, de indiferença, de pouca valorização daquilo que estamos oferecendo e da própria relação que se estabelece nessa hora com o cliente, ou mesmo abrigando ressentimentos, desarmonia, insatisfação e até rancor ou ódio, é quase certo que vamos nos deparar com uma clientela insatisfeita. Isso certamente vai gerar reclamações, afetando a própria imagem do empreendimento e fazendo o cliente perder a confiança em nós ou até mesmo deixar de contratar nossos serviços, já que estaremos na contramão da direção positiva – aquela que nos permite fidelizar a clientela e expandir o negócio.
Nem sempre damos a devida importância a esses fatores, e sem dúvida, para muitas pessoas, os caminhos e descaminhos da vida criam situações e ambientes anímicos nos quais esses sentimentos mais positivos e atitudes mais satisfeitas diante da vida parecem não caber, ou então parecem exigir um esforço e uma energia sobre-humanos para serem acolhidos dentro de nós.
Para algumas pessoas, ou em alguns momentos, o desânimo, a descrença, o sofrimento emocional estão sempre à espreita, e às vezes podem ganhar força em nossa mente além dos limites do que é saudável e do que podemos dar conta. Não se trata, porém, de forçar o nosso interior e obrigar-nos a transmitir algo que não corresponda autenticamente ao que está dentro de nós. Trata-se principalmente de fazer um esforço para se desapegar do negativo, estar alerta à sua presença ou à sua intromissão e tentar remover aquilo que atrapalha. Trata-se de observar com paciência e determinação os pensamentos e atitudes que podem estar na sala da nossa mente como trastes inúteis, e ir se despojando do que atrapalha, do que serve apenas como obstáculo.
Certamente não é fácil, mas sem dúvida é a melhor medida que podemos adotar em nosso dia a dia, desde a hora de levantar até a hora de dormir. Podemos usar nossa atenção e nossa preciosa capacidade de fazer escolhas, dispensando o que não serve, para dar lugar a algo mais luminoso e útil para nossa vida e para a nossa relação com o mundo e com as demais pessoas. Ninguém cria a alegria e o bem-estar a partir do nada, mas sempre é possível selecionar os sentimentos que mantemos dentro de nós e que alimentamos, muitas vezes por inércia e até por preguiça de mudar.
Desapegar-se, ficar sempre atento e disposto e enxergar melhor a vida, abrir espaço para novas maneiras de olhar para as mesmas coisas, esse é o grande segredo. Um segredo simples, embora não seja fácil de seguir. A inércia e o hábito são os grandes inimigos do avanço, seja na gestão de uma empresa, seja na gestão da própria vida.
É uma ideia excelente fazer esse tipo de reflexão. Vale muito a pena dedicar atenção em primeiro lugar a essa gestão interior, empenhar-se nisso com determinação. Comece por uma análise pessoal dos valores, dos princípios e, principalmente, dos verdadeiros sentimentos e da intenção primordial do seu negócio. Ele é um reflexo do seu interior. Assim você poderá checar se está de fato assumindo a postura mais acertada – de servir e poder gerar nos seus clientes confiança, alegria e felicidade. São esses os elementos intangíveis que levam à fidelização e à expansão do seu empreendimento. E eles podem criar raízes em você, em sua vida, em seu negócio. Gradualmente, podemos ir dando atenção a todos os detalhes, tendo paciência de esperar os resultados e confiança em que eles virão. Esse ponto de partida já é o primeiro passo do que pode se transformar numa radical renovação dos seus horizontes, nos negócios e na vida.