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3ª Conferência Internacional de Manejo Humanitário de Populações Caninas

Matéria escrita por:

Rita de Cássia Maria Garcia

6 de dez de 2019


Nos dias 18 a 21 de setembro de 2019 foi realizada a 3° Conferência Internacional de Manejo Humanitário de Populações Caninas, em Mombasa, Quênia, pela International Companion Animal Management Coalition (Icam). 

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Participaram da conferência 200 profissionais de todos os continentes e de 90 países, incluindo o Brasil e a Colômbia. Créditos: icam-coalition.org

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A Icam é uma liga de oito entidades internacionais – International Fund for Animal Welfare (FAW); Humane Society International (HSI); World Animal Protection (WAP); Four Paws International (FPI); RSPCA International; Global Alliance for Rabies Control (Garc); World Small Animal Veterinary Association (Wsava), e International Cat Care (ICC) – que tem como missão apoiar o desenvolvimento de estratégias humanitárias efetivas para o manejo populacional dos animais de companhia. 

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À frente, da esquerda para a direita, Rosangela Ribeiro da WAP Brasil e Melania Gamboa da WAP Costa Rica e Adriana Romero da Colombia durante oficina de tecnologias móveis para o controle da raiva. Créditos: Matteo Rinoldi

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A 3a Conferência Internacional de Manejo Humanitário de Populações Caninas reuniu formuladores de políticas, cientistas e profissionais para discutir a epidemiologia da raiva e o manejo populacional de cães. Governos e organismos internacionais reconhecem que a captura/eliminação de cães é uma ferramenta ineficaz para combater a raiva ou manejar cães errantes. Governos e ONGs trabalham como parceiros para criar programas abrangentes, humanos e duradouros para o manejo canino, tendo como princípio que ele promove a saúde das comunidades e melhores níveis de bem-estar animal. ­

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MV da Associação Queniana de Medicina Veterinária e a professora Rita de Cassia Maria Garcia da UFPR. Créditos: Matteo Rinoldi

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A conferência contou com cinco oficinas sobre o desenvolvimento de comunidades humanitárias para o manejo populacional de animais (MPA); indicadores para a avaliação do impacto de programas de MPA; medicina de abrigos; tecnologias móveis para o controle da raiva; clínicas de castração e planejamento estratégico. Os participantes da oficina sobre tecnologias móveis para o controle da raiva e programas de castração puderam conhecer e utilizar um aplicativo desenvolvido pela Humane Society International (HSI). O aplicativo atende às demandas de campo dos programas de vacinação e recolhimento/castração/devolução dos animais, colocando juntas tanto a equipe de campo, que faz o recolhimento do animal, como a equipe da castração, acompanhando passo a passo as ações para que o animal castrado seja devolvido ao seu local de origem. O programa também permite a análise de indicadores e a avaliação do impacto das estratégias, além de gerar relatórios. Os animais são identificados por meio de fotos, e sua localização, registrada por meio do sistema GPS.

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Jovens da região aguardando com seus animais para serem atendidos pelos veterinários da Associação dos Veterinários do Quênia. Créditos: Matteo Rinoldi

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Dentre as palestras apresentadas, destacou-se a do dr. Eric Brum, da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) e professor da Tufts Cummings School of Veterinary Medicine (TCSVM), sobre os princípios epidemiológicos para o controle da raiva. Dentre os trabalhos orais, o prof. dr. Oswaldo Santos Baquero apresentou trabalho intitulado “Em busca da validação e da priorização para orientar o manejo de populações caninas no Brasil”. Tanto as palestras como os trabalhos orais estão disponíveis no link https://www.icam-coalition.org/conferences/international-conference-dog-population-management-2019/.

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Juliana de Oliveira Villela da Prefeitura de Conselheiro Lafaiete. Créditos: Matteo Rinoldi

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No dia 21 de setembro celebrou-se o Dia Mundial da Raiva em Mombasa, organizado pela Associação Veterinária do Quênia. Nesse dia foram montados postos de vacinação contra a raiva e mutirões de castração, com a participação do time brasileiro composto pelas médicas-veterinárias Carla Sassi e Juliana de Oliveira Vilella de Conselheiro Lafaiete e Rita de Cassia Maria Garcia da UFPR, Itec e Abbea.­

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MV Carla Sassi, de Minas Gerais, que contribuiu nos trabalhos de vacinação e castração. Créditos: Matteo Rinoldi

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MV Rita Garcia aplicando reike, auxiliando no pós-operatório de uma cadela. Créditos: Matteo Rinoldi

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O Brasil também esteve bem representado na sessão dos pôsteres, com a apresentação de oito trabalhos:

Unowned dog population estimation in a city of Paraná/Brazil (Lech AJZ, Argenton F, Ulanin M, Kopach M, Garcia RCM). UFPR.

Comparison between the corporal score of owned and unowned dogs (Ulanin M, Lech AJZm Monsalve S, Garcia RCM). UFPR

Size, spatial and household distribution, and rabies vaccination coverage of the Brazilian owned dog population (Baquero OS, Queiroz MR). USP.

Can sterilization help to prevent roaming in dogs and cats? (Baquero OS, Silva Filho APS, Monsalve S, Gebara RR, Garcia RCM, Sussai S). USP e UFPR.

Companion animal demography and population management in Pinhais, Brazil. (Baquero OS, Marconcin S, Rocha A, Garcia RCM). USP, UFPR e Prefeitura Pinhais.

Validity of a two-stage cluster sampling design to estimate the total number of owned dogs. (Baquero OS, Amaku M, Dias RA, Grisi Filho JEH, Ferreira Neto JS, Ferreira F). USP.

Owned dog population dynamics in São Paulo city, Brazil: demographic processes or methodological artifacts? (Lima DF, Silva Filho AP, Sussai S, Scuarcialupi LN, Aguia BS, Santos PC, Baquero OS). USP. Prefeitura de São Paulo.

Downscaling predictions for the owned dog population size in Brazilian cities. (Baquero O.) USP.

 

A World Animal Protection (WAP), que faz parte da coalizão Icam e da organização da conferência, trouxe para esta edição os ganhadores do Prêmio Cidade Amiga dos Animais – que este ano laureou as seguintes cidades: 1º. Bogotá, Colômbia; 2º. Conselheiro Lafaiete, MG; e 3º. São Paulo, SP. A gestora Luisa Ramírez, de Bogotá, apresentou todos os projetos da cidade e encantou os presentes mostrando que é possível implantar projetos humanitários, efetivos e sustentáveis e garantir uma vida melhor para pessoas e animais mesmo em países com grandes desafios na saúde pública.