Apresentamos uma edição especial com um resumo especialmente voltado para o Brasil sobre as diretrizes vacinais da World Small Animal Veterinary Association – WSAVA (Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais) para a América Latina. O intuito de publicar este resumo em parceria com a WSAVA é oferecer a todos os profissionais de medicina veterinária de nosso país a oportunidade de conhecer as orientações mundiais dessa entidade e compará-las com a realidade latino-americana – e em especial com a brasileira. Apenas uma minoria de médicos-veterinários no Brasil acessa regularmente revistas científicas internacionais, bem como os documentos disponibilizados no site da WSAVA. Por essa razão, a revista Clínica Veterinária, em parceria com o Vaccination Guidelines Group (VGG – Grupo de Diretrizes de Vacinação da WSAVA), está dando grande destaque nesta edição a um resumo dessas “Recomendações sobre a Vacinação para médicos-veterinários de pequenos animais na América Latina”. Vale a pena a leitura.
Estar informado sobre as diferentes realidades da vacinação ao redor do mundo é essencial para podermos discutir soluções e melhorar cada vez mais a qualidade dos serviços prestados à população. A comparação entre a nossa realidade e a dos demais países em relação à vacinação permitirá fazer escolhas mais conscientes e éticas, e elevar o padrão do atendimento médico-veterinário.
Unindo esforços, os profissionais, as entidades de classe, as empresas do setor e os legisladores poderão encontrar juntos novas soluções para enfrentar os cenários das diversas doenças infecciosas passíveis de prevenção com o uso de vacinas.
A medicina veterinária de pequenos animais caminha ao lado da saúde pública e do controle de zoonoses, entre as quais as que procedem da relação com animais silvestres têm se mostrado graves e de difícil controle. Leishmaniose, febre amarela, coronaviroses, entre tantas outras, refletem a falta de cuidados com a natureza e o despreparo geral da população humana em se relacionar com o ambiente e as demais espécies.
A situação ecológica planetária vem se deteriorando a uma velocidade assustadora, e ainda assim muitos seres humanos se recusam a aceitar nossa imensa responsabilidade nessa questão. A água potável já é um luxo para uma imensa parcela da população humana e animal do planeta. O ar puro também. Alimentos de boa qualidade, terra agriculturável e tantos outros recursos que nosso planeta nos oferece continuam sendo desperdiçados de modo egoísta e irresponsável, como se uma possível disponibilidade de outro planeta habitável fosse algo mais do que uma projeção ilusória.
Apesar de décadas de esforços de uma grande parcela de cientistas e de pessoas esclarecidas, a destruição do meio ambiente segue em alta velocidade, da Amazônia aos desertos do Afeganistão, da Groenlândia às geleiras da Antártida. Reconhecendo o papel crucial dos oceanos como grandes reguladores do clima, as Nações Unidas declararam de 2021 a 2030 a Década Internacional da Oceanografia para o Desenvolvimento Sustentável. Nesta edição, dedicamos uma matéria a essa iniciativa, que visa ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação dos oceanos e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras, buscando estimular a pesquisa e superar as imensas lacunas de conhecimento a respeito deles. Aprofundar nossos conhecimentos acerca dos oceanos, imensa fonte de vida do planeta, pode nos auxiliar no aprendizado sobre preservação ambiental que nossa espécie tanto precisa desenvolver.
Maria Angela Sanches Fessel
CRMV-SP 10.159