Esporotricose passa a ser de notificação compulsória na Capital Paulista
Esporotricose passa a ser de notificação compulsória na Capital Paulista
Preocupação do CRMV-SP com a zoonose tem pautado reuniões e ofícios a diversos órgãos desde 2013
Na cidade de São Paulo, tornou-se obrigatória a notificação de casos de esporotricose em cães e gatos. A regra, que também fala em notificação para casos em humanos, consta na Portaria nº 470/20 da Secretaria Municipal de Saúde, publicada em 1º de dezembro no Diário Oficial do Município.
Segundo a norma, uma vez confirmada a doença em animais, os médicos-veterinários devem fazer a comunicação formal dentro do prazo de até sete dias após o diagnóstico, junto às Unidades de Vigilância em Saúde (UVIS) da região de ocorrência do caso.
A nova regra está relacionada ao aumento da incidência da doença na cidade, observado desde 2011. “Pesquisadores apontam se tratar de uma zoonose em franco crescimento e ainda negligenciada pelo setor público”, enfatiza Adriana Maria Vieira Lopes, presidente da Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
De acordo com o conselheiro do Regional e médico-veterinário dermatologista, Carlos Eduardo Larsson, a “doença humana perdeu sua característica de ruralidade e hoje é, principalmente, urbana.”
Medida balizará controle e prevenção
Larsson comenta que, até então, a esporotricose era uma enfermidade notificável em algumas poucas unidades federativas, como o Rio de Janeiro e Pernambuco. Em esfera municipal, já ocorre em Guarulhos (SP), Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte (MG), Salvador e Camaçari (BA), Natal (RN) e em João Pessoa (PB).
Na cidade de São Paulo, Adriana ressalta que “a decisão reconhece a importância de se estabelecer um sistema oficial e a padronização dos procedimentos para coleta dos dados relativos a essa doença no âmbito municipal”.
Compromisso profissional
Adriana e Larsson enfatizam que o principal resultado será o conhecimento da real situação epidemiológica da doença, fator fundamental para embasar as medidas para o diagnóstico e o manejo adequados dos casos, tanto em humanos, quanto em animais.
Neste contexto, que visa promover prevenção e controle desta importante zoonose, os médicos-veterinários têm um compromisso junto à sociedade, com impactos significativos para a saúde pública.
CRMV-SP protagonizou alerta sobre a doença
Em 2013, por meio da CTSPV/CRMV-SP, o Regional conduziu reunião técnica com especialistas e um evento aberto sobre esporotricose. Considerações e recomendações fruto destes trabalhos foram levados ao conhecimento de diversos órgãos.
Conselhos de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) receberam o alerta. “Pela iniciativa, o Conselho foi, inclusive, elogiado pelo Conselho Regional de Medicina”, lembra Adriana.