A volta dos congressos e eventos presenciais e o impacto no dia a dia dos médicos-veterinários
Editorial 165
A educação continuada sempre foi importante e hoje em dia se mostra fundamental.
O número de estabelecimentos veterinários e de profissionais aumenta vertiginosamente, e a competência é a melhor forma de fidelizar clientes.
Nesse sentido, durante os últimos anos e em função da pandemia, cresceram os eventos digitais, de inegável importância pelas barreiras sanitárias, mas que também permitiram encurtar distâncias físicas para que profissionais e estudantes de medicina veterinária de estados distantes tivessem acesso a conteúdos e palestrantes.
Com a diminuição dos riscos, os eventos presenciais vêm aumentando, e este ano temos grandes congressos, simpósios, conferências, palestras e semanas acadêmicas.
A participação de profissionais e estudantes nesses eventos presenciais traz benefícios que vão além da fundamental atualização de conteúdos técnico-científicos práticos para o dia a dia profissional, oferecendo também oportunidade para trocas a respeito de questões mais amplas que envolvem a vida profissional, como o seu próprio bem-estar e sua relação com tutores, vizinhos, colegas e entidades, ampliando sua consciência e a clareza a respeito da profissão e de suas relações na sociedade e com o ambiente nos quais esteja situado.
Em meio a tantas possibilidades de participação em eventos, é importante que se tenha clareza e se busque conhecer o que cada um oferece, para que a escolha traga resultados positivos, uma vez que são necessários investimentos financeiros e de tempo para participar, ainda mais quando isso envolve deslocamentos e hospedagens.
A análise dos temas e dos palestrantes é imprescindível para a escolha de que evento participar, e há no Brasil grande quantidade de profissionais excelentes que se dedicam também a compartilhar seu conhecimento nesses encontros. A presença de palestrantes internacionais também é muito enriquecedora, pois eles podem oferecer uma visão de sua realidade, geralmente muito diversa da encontrada no Brasil, seja pela variação dos produtos utilizados, seja por mecanismos, leis e normas diversos dos que temos aqui.
A medicina veterinária vive hoje também os desafios da revolução digital e de seus múltiplos desdobramentos. São novos conceitos e novas maneiras de operar, junto com uma diluição geral das fronteiras. O público e o privado fundem-se nos Big Data, a inteligência artificial desafia a humana, e nada mais parece ser como era. Ao lado da ampliação de horizontes, somos forçados a repensar conceitos, valores e práticas. A pesquisa científica funde seus territórios; há uma ressignificação do universo pet, do ensino e da própria prática da medicina veterinária, com novas relações com a pesquisa científica, a indústria farmacêutica e de alimentos e a gestão empresarial. A própria saúde única é outro reflexo desse vigor e do valor dessa diluição de fronteiras, assim como as várias vertentes da medicina veterinária, como a do coletivo, a de desastres ou as chamadas medicinas integrativas. São desafios ao mesmo tempo inquietantes e extremamente enriquecedores, pelas novas oportunidades que oferecem. E nunca o conhecimento foi tão fundamental para enfrentá-los.
Um benefício que se pode herdar dos tempos da pandemia é a realização de eventos mistos – presenciais e online –, que podem “encurtar” distâncias em um país continental como o nosso. Diversos eventos hoje trazem esse formato.
Que todos possam se beneficiar desses eventos, que todos possam se desenvolver, aprender, crescer e compartilhar essas sabedorias, para dar suas contribuições para esta nossa sociedade, que tanto necessita delas.