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Acelerando as adoções com menos devoluções

Avaliação do temperamento e do adestramento dos cães resulta em mais adoções definitivas

Créditos: Fernando Gonsales Créditos: Fernando Gonsales

Introdução

A Organização Mundial da Saúde, no ano de 2014, estimou que existem no Brasil aproximadamente 30 milhões de animais em estado de abandono, e que, desses, 20 milhões eram cães e 10 milhões, gatos. Esses animais abandonados encontram-se muitas vezes em situações de risco, pois ficam expostos a maus-tratos, atropelamentos e agentes biológicos causadores de diversas doenças, além de também sentirem frio, calor, fome, sede e medo.

Vários países têm enfrentado dificuldades em realizar o controle populacional de cães. No Brasil, o tema também se destaca por representar um problema de saúde pública e bem-estar animal 1. Além disso, os cães podem representar potencial risco para as pessoas e outros animais (pois podem morder e arranhar); ao meio ambiente (por meio da depredação do patrimônio público e privado e predação da fauna local); à saúde pública (zoonoses); e à economia (referente aos custos com estratégias de contenção e controle populacional) 2.

Nesse contexto, os abrigos de cães têm um papel importante, pois realizam ações de recolhimento de animais doentes, mutilados, atropelados e/ou violentados, levando-os para tratamento, castração e posterior encaminhamento para adoção. Apesar disso, os cães que são acolhidos por abrigos ou programas de manejo populacional não estão isentos de passar por situações que põem à prova o seu bem-estar 2.

Aliados ao manejo sanitário, alguns abrigos procuram melhorar as chances de adoção dos animais sob seus cuidados por meio da reabilitação comportamental, uma vez que os problemas comportamentais estão entre as principais causas de abandono de animais, e, portanto, a prevalência desses problemas em cães de abrigo tende a ser maior quando comparada à da população de cães domiciliados 3.

Adicionalmente, o alojamento em abrigos por longos períodos, com pouco contato social com outros cães ou com seres humanos, pode diminuir o grau de bem-estar desses animais e torná-los mais propensos a problemas comportamentais 4.

 

Temperamento e adestramento animal 

O temperamento foi definido como a resposta do animal a situações novas ou desafiadoras 5 que se estabilizam ao longo do tempo, definindo as características individuais do cão 6. Modula o comportamento do animal e afeta diretamente o grau em que ele sofre estresse na presença de indivíduos da mesma espécie e de seres humanos. No entanto, é bem sabido 7-9 que o temperamento também pode ser modulado por manipulações do ambiente, que, dependendo da intensidade da interferência, também podem resultar em modificações permanentes do comportamento do cão.

Dependendo do temperamento característico do cão, ele terá pouca garantia de resultados positivos nos abrigos, principalmente relacionados à oportunidade de adoção. O temperamento do cão pode refletir nas estatísticas do abrigo, diminuindo ou aumentando os percentuais de retorno, de negação e de eutanásia por problemas de comportamento 10. O comportamento de um cão é muito mais importante como ponto de atenção potencial do adotante do que a sua aparência física 11. Assim, entender, identificar e aplicar técnicas para modular o temperamento do cão de abrigo pode ser a chave para identificar estratégias adequadas para lidar com o problema. Desse modo, nos abrigos, o temperamento do cão se tornou um assunto de grande interesse 12-14.

A avaliação do temperamento em cães foi aplicada principalmente para estimar informações úteis sobre comportamento, como: nível de agressão, medo, agitação e socialização. Mas também pode ser útil para identificar padrões específicos e individuais de cães, a fim de aplicar a medida corretiva ou minimizar os problemas de comportamento. Um estudo demonstrou que os cães de abrigo, quando adotados como animais de companhia, apresentavam problemas de comportamento que poderiam ser previstos por testes de temperamento em 74,7% dos casos 15.

Assim, proporcionar um aumento do contato positivo entre cães de abrigo e seres humanos poderia tornar esses animais mais atraentes em termos comportamentais para adoção e, ao mesmo tempo, aumentar seu bem-estar 16,17. Muitas técnicas diferentes para melhorar a sociabilização dos cães foram aplicadas em abrigos visando um aumento da taxa de adoção 18-20. O treinamento dos cães foi o que demonstrou proporcionar mais oportunidades de socialização, reduzir problemas de comportamento e melhorar o vínculo deles com os seres humanos 21-23. Além disso, ele pode aumentar o controle dos cães, o que os faz lidar melhor com situações estressantes, preparando-os para a exposição a outros ambientes, como um novo lar 24.

A maioria dos métodos de treinamento utiliza o condicionamento operante para estimular as respostas dos cães aos comandos de reforço positivo 25. Esse tipo de técnica é eficaz no treinamento para que eles respondam a comandos básicos de obediência, e também é uma ferramenta que facilita o acompanhamento da evolução do aprendizado 26. No contexto do abrigo, o treinamento atua como uma ferramenta de atratividade para a socialização dos cães, facilitando também o controle do comportamento de animais indisciplinados ou agitados 27 (Figura 1).

 

Figura 1 – No contexto do abrigo, o treinamento atua como uma ferramenta de atratividade para a socialização dos cães, facilitando também o controle do comportamento de animais indisciplinados ou agitados. Créditos: Fernando Gonsales

 

O estudo brasileiro

A tese de doutorado da MV Luciana Galeb teve por objetivo avaliar a reabilitação e a sociabilização de cães de abrigo para adoção. Uma das principais ferramentas para essa avaliação foi a   análise do temperamento dos animais, acompanhada do treinamento de comandos básicos com o objetivo final de conseguir sua adoção 28. Esse estudo teve como objetivo estabelecer um programa básico de treinamento para cães de abrigos e mensurar diferentes escores de temperamento individual e sua influência nas taxas de adoção.

Essa pesquisa aplicada utilizou um total de 30 cães saudáveis da própria PUC-PR abandonados ou perdidos, de tamanho médio entre 10 e 25 kg, sem antecedentes, com critério de seleção baseado no tempo de permanência no abrigo (mínimo de um ano). O abrigo da universidade tinha uma estrutura semelhante à da maioria dos abrigos brasileiros, com canis de área interna e externa, possibilidade de os cães olharem uns para os outros e recintos posicionados lado a lado.

Até este estudo, os cães não tinham uma rotina de caminhadas em áreas externas ao abrigo, permanecendo confinados a maior parte do tempo. Em um período de cinco meses, um programa de sociabilização e entretenimento para cães foi implantado na universidade com a colaboração ativa de estudantes do curso de medicina veterinária. Uma rotina básica de treinamento foi implementada três vezes por semana com sete comandos rotineiros e básicos de obediência (Figura 2). Cada cão foi treinado pelo método de condicionamento operante com reforço positivo (comida), em uma sessão de treinamento em grupo realizada com os cães na coleira em um campo gramado e aberto adjacente ao abrigo. No total, 30 estudantes participaram durante cinco meses ininterruptos de treinamento, sendo cada aluno responsável por um cão, sempre acompanhados e sob a orientação de um especialista em etologia canina. As sessões ocorreram em três dias diferentes (segunda, quarta e sexta-feira), com duração de duas horas cada. Foram aplicados sete exercícios básicos de comando: “sentar”, “deitar”, “ficar”, “dar a pata”, “rolar”, “rastejar” e “andar na coleira”, e todos foram ensinados desde a primeira sessão de treinamento – vale ressaltar que alguns comandos são interdependentes. Os cães foram observados individualmente durante as sessões de treinamento, a fim de verificar se o aprendizado dos sete exercícios básicos de comando havia sido efetivo.

 

Figura 2 – O programa de sociabilização e entretenimento da PUC-PR contou com a colaboração de estudantes de medicina veterinária e incluiu cuidados com os animais e rotina de sete comandos de treinamento rotineiros e básicos de obediência por três dias da semana. Créditos: Luciana Galeb

 

Considerou-se que o cão havia aprendido efetivamente cada comando quando, ao final de cada sessão, ele o executava corretamente em três tentativas subsequentes e conseguia lembrar-se de executá-lo corretamente na sessão seguinte. Para o comando de “andar na coleira”, considerou-se que o aprendizado era eficaz quando o cão caminhava ao lado de seu acompanhante sem dar repentinos puxões, voltar ou parar durante a observação de 5 minutos.

O temperamento foi o primeiro dado de comportamento coletado antes de se iniciarem as sessões básicas de treinamento de comandos com a colaboração dos estudantes de veterinária. Os comportamentos avaliados foram: excitabilidade, agressividade em relação às pessoas, agressividade em relação aos cães, sociabilidade em relação aos seres humanos, sociabilidade em relação a outros cães, atenção ao ambiente, dominância em relação aos seres humanos e dominância em relação a outros cães. No total, todos os cães passam por 60 sessões de treinamento de duas horas cada.

Todos os 30 cães do estudo foram levados para feiras de adoção contínua (por 3 meses consecutivos) aos sábados, realizadas em uma grande loja de animais de Curitiba, PR. A adoção dos cães também se deu efetivamente pelo contato dos estudantes com pessoas (por exemplo, amigos, família, etc.). Após três meses de campanha, calculou-se a taxa de adoção (com ou sem êxito), e os cães que não foram adotados permaneceram sob o abrigo da universidade.

Para atrair e incentivar a adoção, os cães do estudo que foram adotados passaram por uma visita mensal do médico-veterinário (3 meses consecutivos), a fim de ajudá-los a se adaptar à nova casa; tiveram um período de 90 dias de atendimento veterinário gratuito; foram desparasitados e vacinados; receberam microchip, e os tutores receberam 1 kg de ração seca e 1 sachê de ração úmida.

Todas as análises estatísticas foram realizadas no software SPSS, versão 14.0. Os dados de temperamento foram determinados por uma análise de componentes principais (PCA). A PCA descreveu a relação entre os escores comportamentais de cada cão para cada uma das oito categorias comportamentais (excitabilidade, agressividade em relação às pessoas, agressividade em relação aos cães, sociabilidade em relação aos seres humanos, sociabilidade em relação a outros cães, atenção ao ambiente, dominância em relação aos seres humanos e dominância em relação a outros cães), construindo um padrão de pontuação comportamental único para cada cão a partir de direções de vetores (com a mesma direção ou não), tipificando os indivíduos.

Resumidamente, o PCA combina todas as variáveis em uma matriz de dados e identifica associações entre elas, o que gera índices chamados componentes principais, que descrevem a variação presente nos dados 29.

O modelo linear geral (GLM) seguido por Sperman foi utilizado para testar a associação entre os fatores apontados pela PCA, o peso dos cães, a idade e o número de semanas que eles levaram para aprender os diferentes comandos. O GLM e o coeficiente Kendall tau-b também foram utilizados para correlacionar a taxa de adoção, por se tratar de uma variável dicotômica. Todos os comandos de treinamento também foram correlacionados entre si e à taxa de adoção pelo teste de Pearson.

A análise de componentes principais (PCA) identifica dois fatores primários, sendo que o alto valor positivo do primeiro fator caracteriza os animais com agressividade e temperamento dominante. O valor alto e positivo do segundo fator indica animais com excitabilidade e atenção ao ambiente. As pontuações individuais dos cães são representadas, por exemplo, nos dois primeiros fatores, determinados e nomeados neste estudo como: fator 1: agressividade/relacionamento, e fator 2: atividade/exploração (Figura 3). Deve-se ressaltar que todos os cães demonstraram sociabilidade e nenhum exibiu agressividade em relação às pessoas, portanto, esses dados não variaram, o que nos fez omitir esses resultados.

 

Figura 3 – Gráfico dos dois fatores primários identificados na análise de componentes principais (PCA). Fator 1: agressividade/relacionamento. Fator 2: atividade/exploração. Comportamentos avaliados: excitabilidade, agressividade em relação às pessoas, agressividade em relação aos cães, sociabilidade em relação aos seres humanos, sociabilidade em relação a outros cães, atenção ao ambiente, dominância em relação aos seres humanos e dominância em relação a outros cães. Foram omitidos os resultados de sociabilidade e agressividade em relação às pessoas pois esses dados não variaram

 

Os fatores de temperamento não se revelaram estatisticamente significativos para idade, peso, sucesso na adoção e nem para o tempo que os cães levaram para aprender os diferentes comandos.

Por fim, os diferentes comandos de treinamento foram correlacionados entre si e ao sucesso na adoção dos cães, e pudemos encontrar alguma correlação entre.

O comando de “deitar” foi correlacionado positivamente a “ficar”, “dar a pata” e “rastejar”. O comando de “rolar” foi correlacionado positivamente a “dar a pata” e “rastejar”. A taxa de adoção foi negativamente correlacionada a “deitar”, “ficar” e “rastejar”.

Os testes de temperamento realizados nos trinta cães do abrigo deste estudo buscaram características individuais específicas de cada cão durante uma série de testes mais curtos. Essas medidas foram submetidas a uma análise de componentes principais (PCA) dos resultados de oito avaliações de padrões comportamentais de cães em abrigos, e revelaram dois fatores que refletem esses padrões. Embora os componentes identificados neste estudo sejam consistentes com os verificados em pesquisas anteriores 8,30-33, quando comparamos o temperamento (fatores de PCA) com a taxa de adoção, a idade e o peso dos cães, e até mesmo entre o tempo de aprendizado de comandos básicos, não foram encontradas diferenças estatísticas. O teste de temperamento utilizado neste estudo avaliou características de comportamento selecionadas dos cães e mede a intensidade de cada um.

Para o presente estudo, mesmo observando os cães em três tipos diferentes de ambiente, o teste de temperamento não demonstra relação com as taxas de adoção e a capacidade de treinamento dos cães. No entanto, quando comparamos os subtestes de treinamento, podemos observar uma correlação importante entre a taxa de adoção e os comandos de treinamento.

Sete tipos diferentes de comandos de obediência ao treinamento foram utilizados no presente estudo, e a velocidade de aprendizado de cada cão foi usada como variável de resposta. No entanto, esse tipo de subteste reflete não apenas a capacidade cognitiva do cão para aprender o comando, mas também a vontade de cooperar com os seres humanos 13, e também fará parte da comunicação entre ser humano e cão 34. Esse tipo de treinamento comportamental que relata obediência mostrou ser mais eficaz ao usar recompensas positivas consistentes 21,35,36 como estímulos padronizados, que foram amplamente aplicadas 20,37,38.

Um treinamento baseado em recompensa aumenta a motivação e a aptidão do cão para aprender mais comandos, pois antecipa as recompensas e aumenta a controlabilidade do ambiente com resultados previsíveis, melhorando o bem-estar do  animal 17,39. Essas técnicas aplicadas nos abrigos podem tornar os cães mais adotáveis 20 e provar serem práticas e fáceis na vida real.

Os resultados do nosso estudo sugerem que o treinamento de cães de abrigo também pode fazer aumentar a taxa de adoção, especialmente quando os cães podem aprender os comandos mais difíceis rapidamente (“deitar”, “ficar” e “rastejar”). Esse vínculo pode estar relacionado ao fato de que o treinamento cria mais oportunidades para interações positivas com seres humanos 40, além de tornar o ambiente mais previsível e controlável para os cães, implicando situações menos estressantes 41 e tornando-os mais atraentes para potenciais adotantes. Relataram-se resultados semelhantes em cães expostos a uma rotina geral de treinamento para garantir que eles desenvolvessem habilidades básicas projetadas para facilitar a transição para um novo lar 42,43. Sabe-se também que a prevalência de comportamentos indesejáveis em cães foi associada à frequência a aulas de obediência, havendo significativamente menos problemas comportamentais em animais treinados com técnica de recompensa 22,44-46.

Vários estudos analisaram a relação potencial entre as experiências de treinamento e a prevalência de problemas comportamentais 47-50; no entanto, por outro lado, poucos estudos relataram os efeitos do treinamento de obediência na taxa de adoção de cães de abrigo 20, e nenhum estudo sobre o treinamento com diferentes comandos básicos de obediência relacionou o comando em si com a taxa de adoção. Um estudo apontou esse desafio, mencionando que uma multiplicidade de comandos treinados dificulta a identificação exata dos comportamentos necessários e suficientes para aumentar as adoções 20.

Continuando os achados do presente estudo, a associação da aprendizagem dos sete comandos também foi correlacionada entre eles neste estudo. Como mostrado acima, o comando de “deitar” foi correlacionado positivamente a “ficar”, “dar a pata” e “rastejar”; e “rolar” foi correlacionado positivamente a “dar a pata” e “rastejar” – o que implica uma associação positiva (grandes valores de “deitar” e “rolar” tendem a ser associados a grandes valores de “dar a pata” e “rastejar”, por exemplo). Os outros comandos não tiveram a tendência a aumentar ou diminuir, pois o valor de p foi menor que 0,05.

Uma associação positiva significa que, se um cão aprende o comando de “deitar”, por exemplo, ele também aprenderá os comandos de “dar a pata” e “rastejar”. No entanto, esses comandos correlacionados apresentaram baixos valores de associação (inferiores a 0,5) entre si, o que demonstra que não foram aprendidos em momentos semelhantes.

 

Figura 4 – Em estudo pioneiro de impacto do temperamento e do adestramento, cães em diferentes níveis foram levados para feiras de adoção por três meses consecutivos. Na foto, ação realizada antes de jogo de futebol no Estádio Couto Pereira, do Coritiba Foot Ball Club. Créditos: Luciana Galeb

 

Considerações finais

Este estudo demonstrou que o tempo gasto pelos cães para aprender comandos específicos de treinamento foi um indicador importante para aumentar a taxa de adoção do cão.

Mensurar de forma focal alguns comportamentos bem definidos demonstrou não ser um método eficiente para relatar o temperamento real do cão, além de isso não estar relacionado à taxa de adoção. Ter um estudante voluntário como auxiliar provou ser uma maneira prática de implementar um programa de treinamento em um abrigo de cães de universidade como parte do curso de aprendizado.

 

O estudo demonstrou que, quando os cães aprendem comandos específicos de treinamento, são adotados mais rapidamente. Créditos: Luciana Galeb

 

Referências

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